A região ultrapassou US$ 148 milhões em produtos vendidos para outros países, entre janeiro a setembro deste ano. O valor exportado corresponde a 10 municípios com atividades no comércio internacional e se mantém no mesmo patamar de 2024, conforme mostram os dados da Comex Stat, plataforma do governo federal.
Mesmo com uma pauta exportadora composta por mais de 100 itens, são os móveis que mantém a liderança nas vendas. Os itens fabricados em Arapongas, capital nacional da indústria moveleira, já atingiram receita de US$ 46 milhões. Na sequência está o açúcar, produzido em Jandaia do Sul (US$ 22,4 milhões), pelas leveduras fabricadas em São Pedro do Ivaí (US$ 16,4 milhões) e pelos tecidos de algodão de Apucarana (US$ 6,3 milhões). Os valores descritos na plataforma são denominados Free On Board (FOB), sigla que se refere ao preço de uma mercadoria que inclui apenas os custos do produto e as despesas até que seja entregue no porto de embarque ou local designado pelo comprador.
Arapongas se mantém como o maior exportador da região. Até setembo, o município já comercializou mais de US$ 60 milhões para mais de 50 países, valor 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Além de móveis, Arapongas também vende carnes, plantas, herbicidas, produtos alimentares, máquinas e ferramentas. Neste ano, os maiores parceiros comerciais são o Uruguai, Peru e Argentina, que juntos importaram quase US$ 19 milhões em produtos araponguenses. São Pedro do Ivaí e Jandaia do Sul aparecem na sequência com os maiores valores obtidos com o comércio no exterior (veja o infográfico).
Apucarana se mantém como o quarto maior exportador da região e busca caminhos para crescer sua participação no mercado internacional. Neste ano, o município registrou US$ 19 milhões em vendas para mais de 20 países, um aumento de 2,8%. Além de exportar matéria-prima para confecção, Apucarana também comercializa produtos manufaturados, como bonés, calças, camisas, bonés, luvas, entre outros, além de maquinários.
O consultor do Sebrae de Apucarana, Tiago Cunha, destaca que existem diversas iniciativas para fomentar esse mercado no município. “Hoje temos várias atividades, como Missões e Rodadas de Negócios Internacionais, participação em feiras, o Exporta Day e o Programa de Qualificação para Exportação, realizado em parceria com a Apex Brasil. Com todos estes programas, acredito que mais de 60 empresas já foram impactadas”, detalha Cunha.
Visando incentivar e ampliar as exportações do município, a prefeitura tem um plano de ação para implantar o programa “Apucarana Exporta”, em parceria com o Sebrae, ApexBrasil e Fiep, que visa capacitar as empresas locais com treinamentos, consultorias individuais sobre adequação de produtos e logística. Além disso, o programa promoverá feiras e rodadas de negócios internacionais para conectar indústrias com compradores estrangeiros.
O plano de ação da administração municipal também prevê a abertura de um Escritório de Apoio ao Comércio Exterior (EACE), para oferecer atendimento gratuito, apoio na documentação e certificações, e acesso a linhas de crédito para empreendedores interessados em ingressar no mercado internacional. A prefeitura também tem projetos para fomentar a exportação de produtos do setor de confecção.
“Vamos iniciar um trabalho para realização de uma feira internacional do Boné a ‘Apucarana Cap Expo’ e criar o espaço ‘Boné do Futuro’ para apresentar inovações tecnológicas e sustentáveis do setor”, acrescenta o secretário municipal da Indústria, Comércio, Serviços e Emprego de Apucarana, Emerson Toledo.
Empresa de Apucarana exporta para países vizinhos
Entre os empresários que apostam no mercado externo está Celso de Almeida Prado Júnior, proprietário da ProCaps Brindes e Bonés Promocionais. A indústria, especializada em bonés e chapéus promocionais, começou a exportar há quase dois anos. “Já exportamos para Argentina, Paraguai, Colômbia e Bolívia”, conta o empresário. A decisão de internacionalizar, segundo ele, partiu de iniciativa própria, motivada pelos incentivos fiscais brasileiros e pelos acordos comerciais do Mercosul, que beneficiam os clientes importadores.
Celso buscou apoio no Sebrae no início do processo e ressalta a importância das instituições. “Acreditamos muito na força e no incentivo que instituições locais, como o Sivale [Sindicato das Industrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí] o APL [Arranjo Produtivo Local] de Apucarana, além do Sebrae, Fiep e ApexBrasil, que têm capacitado as empresas”, afirma. Para ele, a experiência tem sido fundamental para o crescimento. “Além do conhecimento adquirido, temos a clara visão de novos horizontes. Os países vizinhos estão sedentos por produtos nacionais de qualidade, e estamos nos posicionando para atender a demanda, que é grande e crescente”, avalia.