A jovem de 19 anos que perdeu dois dedos após ser atacada com um facão pelo companheiro em Apucarana na última terça-feira (28) sofria uma rotina de abusos, violência sexual e pedidos de socorro ignorado. A informação foi divulgada por um familiar da vítima, que relatou a violência sofrida pela mulher.
A jovem está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Providência com traumatismo cranioencefálico e sofreu cortes profundos na cabeça, além de ter dois dedos da mão decepados – o indicador e o mindinho. O companheiro dela, de 26 anos, foi preso em flagrante na última terça-feira (28), no Núcleo Habitacional Dom Romeu Alberti, zona norte de Apucarana após atacar a jovem com um facão.
Em entrevista exclusiva, um familiar da vítima, que preferiu não se identificar, expôs o relacionamento de apenas três meses do casal, marcado por cárcere privado e abusos. “A família não sabia [que ela sofria agressões] porque ele a mantinha em cárcere privado. Todo lugar que saía, ele ia junto com ela. Não deixava nem um momento sair sozinha,” afirmou o familiar.
O parente relatou que o ataque só foi descoberto porque a vítima conseguiu, momentaneamente, acesso ao celular para pedir socorro à irmã. A irmã da vítima, ao tentar ajudar, também foi rendida pelo agressor, que a manteve sob ameaça.
O familiar denunciou ainda a omissão da mãe do agressor, que morava na casa e seria conivente com a situação. “A mãe dele era conivente, presenciava as agressões que ela sofria. Nesse momento, a mãe dele não chamava a polícia, não falava nada pra ninguém, saia e entrava da casa como se nada tivesse acontecendo.”
Além das agressões físicas, a família confirmou que a vítima sofria violência sexual. Em áudio da jovem, obtido pela reportagem, ela conta que a violência sexual fazia parte do cotidiano de abusos. A jovem, mesmo na UTI, conseguiu relatar à família e à polícia parte dos abusos sofridos. Ela passará por novo depoimento para detalhar o ocorrido. O agressor permanece preso.
O caso chegou ao fim com a rápida intervenção da Polícia Militar (PM), acionada pelas vítimas enquanto estavam no quarto trancadas. O agressor foi contido com o uso de uma arma de choque Taser (não letal). A família pede que ele seja mantido na prisão, devido às ameaças de morte feitas à vítima e aos familiares. (LIS KATO)