O Dia da Consciência Negra é celebrado pela primeira vez como feriado nacional no Brasil nesta quarta-feira, dia 20 de novembro. Essa data lembra a morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, um dos principais locais de resistência contra a escravidão no Brasil colonial.
Em Apucarana, o Movimento Apucaranense da Consciência Negra (Macone) é uma entidade que atua há mais de 20 anos na defesa das pessoas negras e também no resgate da cultura afro-brasileira.
A instauração de um feriado nacional, de acordo com o servidor público e um dos fundadores do Macone Paulo Pesce, é um avanço importante, mas não pode ficar restrito a apenas uma data no calendário“As pessoas às vezes questionam: ‘mais um feriado? ’. Eu digo: ‘Sim, mais um feriado!’ Temos tantos feriados no Brasil celebrando diversas datas, mas por que não podemos ter essa data da consciência negra, a qual podemos considerar até mesmo o dia da consciência brasileira, pois nós somos a maioria”, afirma.
Paulo Pesce conta que o Macone surgiu em 2021 em um contexto diferente do atual. “Eu queria criar um grupo que desse conta apenas de discutir o porquê de eu ser achincalhado, xingado e discriminado por conta da minha pele ou por causa da minha origem”, lembra.
A cirurgiã-dentista Jandira Mincachi é diretora do Macone e afirma que as questões da consciência negra vão muito além de um feriado. No caso de Apucarana, ela afirma que há muitas questões que precisam ser debatidas.
“O que a gente precisa para nossa cidade ainda é melhorar as nossas políticas públicas em relação ao nosso povo negro”, diz, citando a questão da empregabilidade. Segundo ela, a presença dos negros ainda é baixa no mercado de trabalho. (LOUAN BRASILEIRO)