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Maioria das crianças ainda não foi vacinada contra Covid na região

Cindy Santos

| Edição de 07 de abril de 2025 | Atualizado em 07 de abril de 2025

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No primeiro trimestre deste ano, a Covid-19 causou a morte de 62 pessoas no Paraná, incluindo quatro crianças, de 1 a 4 anos, sem registro de imunização. Para a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), isso acende um alerta, principalmente diante da baixa cobertura vacinal do público infantil, pertencente ao grupo prioritário da campanha de vacinação. Na região da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, a maioria das crianças ainda não foi vacinada contra a doença.

Dados da Sesa mostram que nos 17 municípios atendidos pela 16ª RS, apenas 17,5% das crianças entre 3 a 5 anos receberam ao menos duas doses da vacina contra a Covid-19 e 8,1% receberam três doses. Em relação as crianças com até 6 meses de vida, apenas 25,5% recebeu duas doses do imunizante e 5,1% três doses. Crianças entre 5 a 11 anos, correspondem a 54,2% da imunização com 2 doses e de 12 a 17 anos, 85,7%. No geral, 83,9% da população atendida pela regional de saúde, formada por 372,6 mil pessoas, recebeu ao menos duas doses da vacina contra a Covid-19.

Em Apucarana, 81,56% da população tomou menos duas doses e em Arapongas 79,9%. Os municípios com maior cobertura vacinal com duas doses, segundo a Sesa, são Rio Bom (110%), Bom Sucesso (105%), Marilândia do Sul (101%), Kaloré (101%) e Mauá da Serra (96%).

No Paraná foram aplicadas mais de 18,8 milhões de doses, sendo 88,11% com duas doses, 57,77% com três doses e 20,57% com quatro doses. A maior preocupação é com as crianças abaixo de cinco anos de idade. No grupo de seis meses a dois anos, apenas 41,8% tomaram duas doses e 14,2% tiveram três doses. Já na faixa etária de três a cinco anos, 33,9% possuem duas doses e 16,6% tem três doses.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, salienta que a imunização pode prevenir o agravamento dos casos de Covid-19. A vacina contra a doença está disponível em todo o Estado e a população deve ficar atenta para manter o reforço do imunizante no período indicado para cada grupo.

“Há alguns anos havia uma ansiedade muito grande pela vacina contra a Covid-19 e depois, com a normalização do vírus, as pessoas infelizmente deixaram de se vacinar. É importante relembrar que a doença continua circulando em todo o mundo e aqui não é diferente. Temos vacinas disponíveis e vacina boa é vacina no braço, por isso pedimos que quem ainda não atualizou a carteirinha, procure uma unidade de saúde mais próxima e faça a imunização”, disse o secretário.

A vacina é indicada para crianças de seis meses a menores de cinco anos com duas e três doses, dependendo do fabricante do imunizante disponível, idosos acima de 60 anos com duas doses por ano, gestantes com uma dose por gestação, grupos especiais com uma dose por ano (trabalhadores de saúde, por exemplo), pessoas imunocomprometidas (a partir de seis meses de idade) primeiramente com três doses no esquema primário e depois com duas doses anuais, população geral de cinco a 59 anos de idade com uma dose por ano.

Maioria dos óbitos é de idosos

Entre os óbitos no Paraná, 51 são de idosos e dois deles não tinham nenhum registro de vacina. Quarenta e nove tinham tomado pelo menos uma dose, mas apenas quatro tinham vacinas registradas nos primeiros meses de 2024, ou seja, todos os óbitos nesta faixa etária não estavam com a dose de reforço em dia, e, portanto, estavam desprotegidos.

Três mortes foram na faixa etária de 20 a 49 anos, um com vacina em 2021, outro em 2022 e outro em 2024. Na faixa etária de 50 a 59 anos, quatro pessoas morreram, todas elas não tinham vacinas registradas desde 2022. Os quatro óbitos de crianças (três de 1 a 4 anos e um de 11 meses de idade) não tinham registro de vacina.