A região de Ivaiporã tem registrado aumento significativo na produção de tomates de mesa (consumo in natura). Os agricultores locais vêm adotando tecnologias e práticas eficientes, o que contribui para a alta produtividade. O clima favorável e o solo fértil também desempenham um papel importante nesse sucesso.
Na safra atual, por exemplo, os produtores estão tendo uma “produção excelente”, segundo Elias Machado, engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura. Isso se deve ao clima mais seco, que reduz a incidência de doenças, melhora a qualidade dos tomates e diminui os custos para os produtores. “Essa época do ano está sendo muito favorável. A maioria dos produtores escolheu o tomate como opção por ser mais fácil de cultivar neste período”, afirmou.
Por outro lado, a supersafra está pressionando os preços para baixo, beneficiando os consumidores, mas desafiando os produtores locais. “No mês passado, a caixa de 22 quilos estava em torno de R$ 60. Hoje, está entre R$ 40 e R$ 45”, comentou Machado.
Essa queda de preço também foi agravada pela entrada de tomates de outros estados, como Goiás, o maior produtor do fruto no país, que compete diretamente no mercado local.
Apesar disso, a expectativa é que a tendência de crescimento no setor continue, consolidando a região como referência na produção agrícola de tomates. Um exemplo disso é o agricultor de Ivaiporã, Francisco Jorge Calciolari, que plantou tomate pela primeira vez.
Francisco relatou que, antes de plantar tomate, trabalhou seis anos com hortaliças, como cebolinha e repolho. Ele começou em 2014 e parou quando teve início a epidemia da covid-19. “Eu entregava em mercados e em vários lugares, mas quando começou aquela epidemia, ficou muito arriscado e parei”, comentou.
Após a horta, ele continuou na lavoura convencional, mas enfrentou dificuldades. Em 2022, uma forte seca o levou a interromper o cultivo de soja em terras arrendadas. “Minhas terras, em sua maioria, eram arrendadas. Aí eu parei e continuei plantando só aqui nessa propriedade que tem três alqueires”, disse Francisco.
O plantio do tomate surgiu com sugestões de amigos que já trabalhavam com a cultura. No começo, a falta de experiência e de orientação agronômica dificultou o processo. Contudo, Francisco foi aprendendo aos poucos, recebendo conselhos de quem já tinha experiência na área. “Agora estou seguindo a orientação de um agrônomo e começando um plantio em campo aberto, que pretendo no futuro passar também para estufa”, explicou.
Apesar das dificuldades, Calciolari continua otimista e planeja expandir sua produção, investindo em novas estufas e experimentando o plantio em campo aberto.