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Região tem quase três casos de abuso de menores por semana

Cindy Santos

| Edição de 23 de maio de 2025 | Atualizado em 23 de maio de 2025

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Por semana, quase três casos de abuso sexual de crianças e adolescentes são registrados, em média, na região. Entre janeiro a março deste ano, 37 denúncias chegaram ao conhecimento da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana, que atende 26 municípios. A quantidade é a mesma registrada no ano passado no mesmo período. Os dados são do Centro de Análise, Planejamento e Estatística (CAPE) da Secretaria da Segurança Pública (Sesp) que reforça a importância da atenção, diálogo e da denúncia durante o Maio Laranja, mês da campanha nacional de conscientização sobre o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

Conforme o CAPE, 13 municípios da região tiveram casos neste ano, grande parte ocorridos em Apucarana e Ivaiporã (veja o infográfico). No acumulado do ano passado foram 189 denúncias, uma queda de 5% em comparação com 2023 quando 201 casos chegaram a polícia. Além do abuso sexual, a violência pode se manifestar de maneiras diversas, sendo física, emocional ou por negligência. Neste contexto, foram mais de 200 casos registrados neste ano na região, um aumento de quase 6% em comparação com o ano passado.

Segundo o delegado Rodrigo Rederde, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (NUCRIA), pais, professores e profissionais da saúde devem observar com atenção mudanças no comportamento. Queda no rendimento escolar, isolamento, agressividade, medo sem motivo aparente, retorno a comportamentos infantis (como urinar na cama) ou até mesmo um interesse precoce por temas ligados à sexualidade podem indicar que algo está errado.

No caso de adolescentes, o ambiente virtual também requer atenção redobrada. Jogos online, redes sociais e aplicativos de mensagens podem ser usados por agressores para praticar violência psicológica ou sexual. “É essencial que os pais conheçam e acompanhem o uso dessas plataformas”, orienta o delegado.

A identificação de possíveis abusos, no entanto, exige sensibilidade e cuidado. É comum que familiares, ao perceberem algo estranho, tentem agir por conta própria. Iniciar uma investigação particular ou abordar diretamente um suspeito pode atrapalhar o trabalho da polícia e comprometer provas. “Temos casos em que pais, ao tentarem conversar com o agressor ou acessar conversas online, dificultam o andamento da investigação. O correto é sempre procurar as autoridades competentes”, reforça.