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Paraná inicia monitoramento simultâneo contra feminicídios

Da Redação

| Edição de 04 de dezembro de 2025 | Atualizado em 04 de dezembro de 2025
Mulher Segura
Mulher Segura

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A tecnologia se tornou uma aliada para a redução dos casos de feminicídio e violência contra a mulher no Paraná. Fruto de uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Segurança Pública, Tribunal de Justiça e Ministério Público do Paraná, o projeto de Monitoração Eletrônica Simultânea (MES) monitora os agressores para que eles não se aproximem de suas vítimas, ampliando a proteção a mulheres que têm medidas protetivas ativas.

O projeto-piloto está em execução desde setembro em Curitiba e deve ser ampliado para municípios do Interior a partir do ano que vem. “Temos homens monitorados pela Polícia Penal com a tornozeleira eletrônica. Independente de onde a mulher estiver, ela vai ser protegida pelo Estado”, afirma o secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Teixeira.

Por determinação do Judiciário, é colocada uma tornozeleira eletrônica no agressor, monitorada pelo Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), e a vítima recebe um smartphone para que seja alertada caso ele se aproxime dela. Os casos são analisados pela Justiça, atendendo tanto as mulheres que já têm a medida protetiva, como aqueles casos mais graves, em que o autor não está cumprindo as medidas já concedidas e a integridade física da mulher é colocada em risco.

O juiz responsável por analisar o caso estabelece as distâncias mínimas entre o agressor e a vítima, divididas em dois raios: o de advertência, geralmente de um quilômetro de distância, e o de exclusão, de 500 metros. A partir do momento que o agressor entra no raio de advertência, ele recebe avisos, com alertas na tornozeleira e ligações do Deppen, para que saia daquele local e se afaste da vítima.

Ao mesmo tempo, a mulher também é avisada por meio do smartphone e recebe a localização do agressor, para que ela possa encontrar um local seguro e se proteger até a chegada da força policial. Se mesmo com os alertas o agressor avançar e ultrapassar o raio de exclusão, a Polícia Militar é acionada para que seja deslocada uma viatura até a vítima.

“Com o raio de advertência, o agressor é alertado para que saia de perto da vítima. Se ele ultrapassa o raio de exclusão, a polícia já é acionada”, explica a juíza Camila de Britto Formolo. “Com a tecnologia, a mulher tem essa previsão e não é pega desprevenida. Ela vai ver que ele está se aproximando e vai conseguir se deslocar, não vai mais ser surpreendida por aquele agressor perto dela ou de sua casa”.

A delegada-chefe da Delegacia da Mulher de Curitiba, Emanuelle Siqueira, explica que o sistema é adotado a partir do momento em que as outras medidas de proteção à vítima não estão sendo cumpridas pelo agressor. “Quando a vítima faz um boletim de ocorrência e comunica a Polícia Civil de que o agressor está descumprindo as medidas de proteção, nós levamos a informação ao Poder Judiciário e podemos solicitar a aplicação da monitoração simultânea para aqueles casos em que as medidas que foram concedidas não estão sendo eficazes”, afirma.

NOVA TECNOLOGIA 

A Segurança Pública (Sesp) está desenvolvendo uma ferramenta tecnológica inédita no País para mapear as probabilidades de mulheres que já foram vítimas de violência doméstica voltarem a serem agredidas. O Algoritmo de Revitimização de Violência Doméstica, um levantamento de inteligência artificial que cruza dados de Boletins de Ocorrência Unificados de 2010 a 2023, subsidiará no futuro ações preventivas mais efetivas das polícias paranaenses para evitar novas agressões e salvar vidas

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