POLÍTICA

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Bolsonaro e aliados são alvo da PF em investigação sobre tentativa de golpe

Da Redação

| Edição de 08 de fevereiro de 2024 | Atualizado em 08 de fevereiro de 2024
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A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira a operação Tempus Veritatis - hora da verdade em latim - para apurar, segundo a PF, uma suposta organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder. Os alvos foram o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus principais aliados políticos.

Entre os alvos da operação estão, além do ex-presidente, ao menos 16 militares, um padre, o empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente e general João Baptista Figueiredo, e ex-ministros poderosos no último governo, como os também generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. 

Além de 33 mandados de busca e apreensão, também foram expedidos quatro de prisão. Um dos presos é o ex-assessor especial da Presidência Filipe Garcia Martins, com laços estreitos com a extrema-direita norte-americana.

Também foram cumpridas 48 medidas cautelares, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

A operação aconteceu nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Os polícias federais cumpriram ordens expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.

Segundo informações da Polícia Federal, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar uma suposta fraude nas eleições de 2022, antes mesmo da realização do pleito. O objetivo seria viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

Bolsonaro teve o passaporte apreendido, está impedido de deixar o país e de se comunicar com outros investigados da Tempus Veritatis. O passaporte foi entregue pela sua defesa. Também está sujeito às mesmas restrições o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, citado como integrante do núcleo jurídico no “assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”. Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, o religioso participou de reunião, no dia 19 de novembro de 2022, com Filipe Martins e o advogado Amauri Feres Saad, apontado pela CPMI dos Atos Golpistas como um dos mentores da chamada “minuta golpista”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira, dizendo que é uma perseguição contra ele. “Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável”, afirmou. “Me esqueçam, já tem outro governando o País”, completou.

Deputados federais reagem contra operação da Polícia Federal

Após a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, deputados se manifestaram.

Na visão do deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN) o objetivo da ação é “sufocar Bolsonaro e o movimento conservador”. 

“Está mais cristalino do que nunca que o objetivo disso tudo é sufocar Bolsonaro e o movimento conservador. Muito triste o que está acontecendo”, disse Gonçalves.

Na mesma linha, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) cobrou uma resposta do Legislativo. “Há alguns dias, a operação contra Bolsonaro foi após uma grande live. Hoje, após uma grande manifestação em São Sebastião-SP. Já passou da hora do Congresso Nacional dar um basta nessas perseguições escancaradas”, declarou Nogueira. 

Já o deputado federal Rodrigo Valadares (União-SE) disse que a intenção da investida é tentar acabar com a oposição ao governo do presidente Lula (PT).

“Há uma clara exposição de tentar acabar a oposição desse Governo com a narrativa de ‘golpe’. Um ex-presidente que nem no Brasil estava. A superlatividade de Bolsonaro, seja nas lives quanto nas ruas, é o reflexo da popularidade dele e a insatisfação do povo com o Governo”, afirmou.