POLÍTICA

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Forças de segurança e Acia vão instalar comissão para conter furtos no comércio

Lis Kato

| Edição de 02 de dezembro de 2025 | Atualizado em 02 de dezembro de 2025

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Uma comissão permanente, composta por membros das forças de segurança e liderada pela Acia – Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana, vai monitorar os crimes contra o patrimônio na área central da cidade, que passará a ter patrulhamento intensificado na madrugada, período mais vulnerável para ocorrência de furtos. As medidas foram definidas ontem em reunião convocada pela associação para discutir a onda de arrombamentos no comércio.

O encontro reuniu representantes da Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros e Exército. A presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Apucarana (Sivana), Aída Assunção, o presidente da Acia, Elio Pinto e o secretário de Segurança, major Vilson Laurentino da Silva também compuseram a mesa. A articulação foi conduzida pelo diretor de Segurança e Mobilidade Urbana da Acia, Reinaldo Zanetti, que destacou a crescente preocupação dos empresários.

“Os comerciantes têm nos procurado constantemente por causa do alto índice de furtos. Precisamos nos mobilizar, e por isso reunimos todas as forças de segurança para tratar desse problema de forma conjunta”, afirmou o diretor.

Zanetti destacou que a proposta da Acia é promover integração entre as instituições e orientar os comerciantes sobre medidas preventivas. “A ideia é juntar todas as forças de segurança para que trabalhem em harmonia, falando a mesma língua. Também queremos distribuir cartilhas para orientar o comerciante, porque muitos, ao priorizar a vitrine, acabam deixando a loja vulnerável”, explicou.

O diretor também reforçou que o prejuízo muitas vezes vai além dos produtos furtados. “O criminoso age muito rápido: pega uma ou duas peças para trocar por droga depois. Só que o maior dano, na maioria das vezes, é a porta de blindex arrebentada e toda a estrutura destruída”, disse.

Durante a reunião, o delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial de Apucarana (SDP), Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, elogiou a iniciativa e também apontou problemas estruturais que dificultam o enfrentamento ao crime. “Infelizmente, nossa legislação é muito desatualizada. O Código Penal é de 1940. Além disso, Apucarana não possui penitenciária nem unidade do Cense para abrigar infratores, o que cria uma série de dificuldades”, disse.

O delegado destacou que um dos principais avanços do encontro foi o compromisso de manter reuniões periódicas entre as instituições de segurança e a sociedade civil organizada.

“A partir de agora, teremos encontros frequentes para entender as dificuldades do empresário, estabelecer políticas de segurança e reduzir os prejuízos sofridos pelo comércio. O comércio é essencial para a economia da cidade, gera empregos e faz Apucarana evoluir; por isso, precisamos protegê-lo”, disse.

Ele também reforçou que nem todos os furtos são cometidos por pessoas em situação de rua. “Existem oportunistas que se valem disso. Grande parte dos envolvidos já foi identificada pela Polícia Civil e pela Polícia Militar”, afirmou.

O delegado ainda enfatizou o papel decisivo das imagens de monitoramento no trabalho investigativo. “Muitas vezes, ao olhar a imagem, já sabemos quem é o autor. Mas, em alguns casos, apenas a imagem não é suficiente juridicamente para condenação. Por isso é fundamental que os comerciantes invistam em câmeras de melhor qualidade”, comenta.

Ao final da reunião, ficou definida a criação de uma comissão permanente, liderada pela Acia, com encontros bimestrais para análise da evolução das ocorrências e atualização das estratégias.