POLÍTICA

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Mudanças na CNH geram queda de 70% na procura por autoescolas

Gabriela Jacuboski

| Edição de 09 de dezembro de 2025 | Atualizado em 09 de dezembro de 2025
Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
Carteira Nacional de Habilitação (CNH)

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As novas regras do Conselho Nacional do Trânsito (Contran) para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), oficializadas ontem, já geram impactos econômicos no setor de autoescolas. Segundo Rildo Galeriani Nascimento, presidente da Associação das Autoescolas de Apucarana (Acefocap), a especulação sobre as mudanças provocou uma queda de 70% na procura por novas habilitações no município e no Paraná nos últimos quatro meses. 

Segundo ele, muitas pessoas já estavam aguardando a publicação das normas, que acabam com a obrigatoriedade de passar por uma autoescola, de olho na redução nos custos  que são estimados em até 80%.

De acordo com dados da Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Fenauto), citados por Rildo, cerca de 50 mil demissões já ocorreram em todo o Brasil neste primeiro momento. “Não há por que manter uma equipe de atendentes e instrutores se não teremos alunos. Sabemos que existem autoescolas que já têm funcionários cumprindo aviso prévio”, lamentou. 

Um dos pontos mais polêmicos da nova legislação é a possibilidade de redução da carga horária obrigatória das aulas práticas, de 20 horas para apenas 2 horas, e a permissão de instrutores autônomos. (Veja o gráfico ao lado)

Para Rildo, que atua no setor há 39 anos, a medida é preocupante, especialmente em grandes centros urbanos. “Os especialistas são todos contra. Estamos falando de uma lei federal, como uma pessoa vai aprender a dirigir em São Paulo, por exemplo, com duas aulas? O trânsito hoje não tem espaço para erro”, avaliou.

O presidente da associação também destacou o risco da realização das aulas e exames sem o “duplo comando” (sistema de freios auxiliar do instrutor). “Pela experiência que nós temos, para poder dirigir, a pessoa precisa ter um treinamento muito bom, porque não é só a vida dela que está em risco, a das outras pessoas também. Quanto menos for exigido na formação, pior será o trânsito”, alertou.