A Justiça Eleitoral retotalizou ontem os votos das eleições proporcionais de Apucarana e definiu uma mudança na composição do Legislativo de Apucarana. O médico Odarlone Orente (PT) irá assumir uma cadeira na Câmara no lugar do vereador Luiz Vilas Boas (PDT) por conta do recálculo dos quocientes eleitoral e partidário. A posse vai ocorrer no próximo dia 25.
A retotalização foi coordenada pelo juiz eleitoral da 28ª Zona Eleitoral, Laércio Franco Júnior, e pela chefe do cartório eleitoral Andrea Silva Milanin. O procedimento ocorreu após decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que manteve a anulação dos votos do Podemos nas eleições municipais de Apucarana em 2024 por fraude à cota de gênero e cassou os votos da chapa do partido. Com a retotalização dos votos sem o Podemos, Odarlone garantiu quociente eleitoral necessário para assumir uma das vagas. Vilas Boas ficará agora na primeira suplência. O petista fez 2.407 votos e foi o mais votado em outubro de 2024.
Segundo o juiz eleitoral, os partidos e os candidatos foram alertados sobre a questão da fraude à cota de gênero antes da campanha. “Era algo (fraude à cota de gênero) que a Justiça Eleitoral estava bem atenta, seguindo a legislação do tema”, pontuou. O magistrado explicou que uma nova diplomação dos eleitos e suplentes foi emitida por conta da retotalização.
O presidente da Câmara, Danylo Acioli (MDB), acompanhou a retotalização. Ele explica que tem 15 dias, por lei, para dar posse ao novo vereador. No entanto, ele afirmou que já conversou com o médico e a posse foi marcada para o próximo dia 25 em sessão especial.
Danylo afirma que será necessária também a realização de uma nova eleição para escolher o novo 2ª secretário da Mesa Executiva, função ocupada por Vilas Boas. Essa votação vai ocorrer em 4 de agosto, no retorno do recesso.
“Acredito que a mudança não é tão abrupta assim na Câmara. O vereador Odarlone é uma pessoa coerente, que a gente conhece bem e sabe dos seus posicionamentos”, disse. Além do presidente da Casa, apenas o vereador Tiago Cordeiro (PDT) acompanhou o processo de retotalização.
Odarlone, por sua vez, assinalou que uma injustiça foi corrigida com a sua diplomação. “No dia 3 de outubro, 2.407 pessoas votaram e me escolheram como candidato a vereador, acreditando nas minhas propostas. Devido a uma irregularidade que ocorreu dentro do processo eleitoral, apesar de ser o candidato mais votado da cidade, acabei ficando de fora dos eleitos. E hoje a Justiça Eleitoral corrige essa injustiça”, diz.
Ele dedicou o mandato aos 2.407 eleitores que o escolheram, mas assinalou que terá uma atuação plural. “Não serei apenas o vereador das pessoas que me elegeram, mas também de toda a cidade. Esse é o nosso compromisso: trabalhar pela cidade, pelas pessoas, pela saúde, pelos servidores e por toda a população de Apucarana”, disse.