POLÍTICA

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Sai ou fica, decisão de Beto emperra eleição em Apucarana

Da Redação

| Edição de 31 de maio de 2024 | Atualizado em 31 de maio de 2024
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Faltando 127 dias para a eleição de 6 de outubro, Apucarana ainda não conhece quais possíveis candidatos a prefeito estarão na disputa do pleito. É verdade que oficialmente estes nomes só serão conhecidos nas convenções partidárias entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, porém em eleições anteriores a esta altura já era de conhecimento do eleitorado quem seriam os candidatos e os apoios de cada um.

Este ano, no entanto, até agora só existe um nome que se apresenta como candidato a prefeito, o ex-vereador Rodolfo Mota (União Brasil), que, em verdade, vem fazendo campanha desde a última eleição para o Executivo, em 2020, quando foi derrotado pelo atual alcaide, Junior da Femac (MDB). Outros possíveis nomes são apenas especulados, mas nenhum deles ainda iniciou uma pré-campanha como se tivesse certeza que será candidato.

BANHO MARIA 

O jogo político em Apucarana está em banho-maria por conta do rompimento do prefeito Junior da Femac (MDB) com o ex-prefeito, deputado federal licenciado e secretário de Estado da Saúde, Beto Preto (PSD). Um aguarda o movimento político do outro para decidir o que fazer na eleição de outubro. Junior da Femac, por exemplo, vai esperar o dia 6 de junho para anunciar seu candidato a prefeito e respectivo vice.

A data de 6 de junho não é por acaso, já que o secretário Beto Preto, pela legislação eleitoral, pode se desincompatibilizar do cargo até o dia 5 de junho e disputar a prefeitura. Há quem duvide do afastamento de Beto e, principalmente, sua disposição de disputar novamente a Prefeitura quando em seu radar vislumbra concorrer a cargos mais importantes em 2026 como governador, vice-governador ou o Senado.

RATINHO JUNIOR

O secretário Beto Preto deve se reunir nesta segunda-feira, dia 3 de junho, com o governador Ratinho Junior (PSD) para uma tomada de posição em relação ao seu futuro político. Deste encontro poderá sair uma destas três decisões: Beto fica no governo e lança um candidato a prefeito em Apucarana; Beto se licencia, mas não se lança candidato e usa o tempo para apoiar um nome; e, por fim, sai do governo e se candidata.

Os adversários e mesmo os companheiros do grupo político de Beto Preto duvidam que ele saia do governo e se candidate a prefeito quando pode dar voos mais altos em 2026. No entanto, o futuro político de Beto Preto passa pelas eleições municipais de 6 de outubro. Se lançar candidato e perder o pleito sofrerá um enorme desgaste político, inclusive junto ao governador Ratinho Junior, jogando por terra um salto maior em 2026.

“VITÓRIA DE PIRRO”

Há quem diga que diante do quadro político que se apresenta em Apucarana, sem nenhuma possibilidade de reconciliação com o prefeito Junior da Femac, Beto Preto estaria disposto a fazer uma aliança com o candidato Rodolfo Mota, de quem já foi aliado e depois romperam, indicando seu candidato a vice, neste caso o atual vice-prefeito Paulo Vital (PL), que também rompeu com Junior da Femac.

Uma possível aliança de Beto Preto com Rodolfo Mota pode levar o candidato do União Brasil a uma vitória nas eleições de outubro até com alguma facilidade, mas neste caso qual o benefício de Beto Preto? Só dizer que ganhou a eleição? Seria uma vitória de Pirro (vitória que é conquistada por meio de alto preço que representa uma derrota, em que os prejuízos superam os benefícios da conquista). Em resumo: ganha, mas não leva.

NOVO GRUPO 

Não há a menor dúvida que, se sair vitorioso da eleição de outubro, Rodolfo Mota vai criar um novo grupo político, pensando em ficar 8 anos na Prefeitura e depois se candidatar a deputado federal ou estadual, onde o grupo de Beto Preto e ele próprio não teriam espaço, de modo que Beto pode jogar uma carreira política, até aqui altamente vitoriosa, no lixo. Diante disso, um dilema de Beto: sai ou não candidato a prefeito?

O racha entre Beto Preto e Junior da Femac pode custar muito caro para ambos, caso os dois saiam derrotados nas eleições de outubro. Beto com seu candidato e Junior com o dele e uma máquina totalmente dividida. Junior, por sua vez, tem pouco a perder, mas Beto tem muito a perder. Muito mesmo. Chega uma hora que o político tem que dar um passo para trás para depois dar outros dois para frente.

BIRUTA DE AEROPORTO

Enquanto o quadro político em Apucarana está confuso, os prováveis candidatos a vereador, tanto do lado de Beto Preto como de Junior da Femac, estão iguais biruta de aeroporto, tentando adivinhar para onde o vento sopra. Em verdade, estes candidatos sempre foram do mesmo grupo político de Beto Preto e Junior da Femac, mas com o rompimento de ambos tiveram que escolher, a contra vontade, um dos lados.

Por outro lado, o grupo que o candidato Rodolfo Mota vem formando, com quatro dezenas de candidatos a vereador, se mostra muito empolgado com o quadro político, como se pode perceber em recente encontro na Acea, com participação de vários deputados estaduais e federal. Rodolfo garante que não foi um pré-lançamento de sua campanha, mas uma reunião preliminar que, segundo ele, reuniu 500 pessoas.

JANE  REIS 

Não se pode ignorar uma outra candidatura que está praticamente posta, a da petista e professora Jane Reis, esposa do deputado estadual e atual presidente do PT do Paraná, Arilson Chiorato. É verdade que o PT em Apucarana nunca teve bom desempenho político em eleições municipais, mas desta feita o grupo de Jane Reis está otimista pela estrutura que vai ter em sua campanha e pelos apoios que vai reunir, inclusive de Lula.

Enfim, na semana que entra, o quadro político em Apucarana pode começar a se desenhar, com a decisão de Beto Preto de sair ou ficar na Secretaria de Estado da Saúde e do lançamento do candidato de Junior da Femac que, segundo se comenta, deve ser o vereador Rodrigo Liévore, popular Recife, filiado ao MDB. A única certeza da eleição 2024 é que Junior da Femac e Beto Preto vão estar em trincheiras opostas. Haja guerra!