O Secretário de Estado da Saúde (Sesa), César Neves, apresentou na manhã desta terça-feira, na Assembleia Legislativa do Paraná, o relatório detalhado das ações implementadas no segundo quadrimestre de 2024, em audiência pública promovida pela Comissão de Saúde Pública. O documento aponta o empenho de R$ 4,4 bilhões em ações e serviços.
Medidas de combate à dengue, para a redução das filas de cirurgias eletivas, o atendimento efetivo aos moradores de ruas, a ampliação do serviço odontológico, a saúde dos idosos e a vacinação também foram pontos destacados durante a reunião.
O deputado Tercilio Turini (MDB), presidente da Comissão, questionou sobre a possibilidade de se estender para outros municípios paranaenses o Método Wolbachia (que soltou os primeiros mosquitos Aedes aegypti com a bactéria que evita que transmitam dengue, Zika e Chikungunya, em julho, no Paraná). A nova tecnologia prevê a liberação de 26.156.800 Wolbitos (1.307.840 por semana) em 13 bairros do município de Foz do Iguaçu, até o final do ano. A implementação da estratégia no Paraná conta com a parceria do Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto WMP (World Mosquito Program), Itaipu Binacional e da Prefeitura de Foz do Iguaçu.
Turini também manifestou sua preocupação em relação à ampliação das políticas públicas voltadas a saúde dos idosos, sugeriu um mutirão odontológico, falou sobre a necessidade de verificar formas de avançar no atendimento as cirurgias eletivas e o atendimento aos moradores de rua – que apresentam problemas de dependência química e transtornos mentais. “Hoje já temos, em Londrina, 16% da população com mais de 60 anos. Projeções mostram que em 2050, 30% desses moradores serão idosos”, exemplificou.
O secretário de Estado da Saúde, o médico César Neves, concordou com Turini e demais parlamentares em relação às preocupações e considerações apresentadas durante a reunião. Sobre o combate à dengue disse que a questão “é altamente preocupante”. “Infelizmente, muitas pessoas não fazem uma política de estado. Fazem uma política própria”, criticou quando foi questionado sobre a falta de comprometimento com a saúde pública demonstrada por alguns gestores municipais. Na avaliação dele, todas as medidas tecnológicas disponibilizadas, como o Método Wolbachia, ainda são “extremamente tímidas” e de longo prazo.