POLÍTICA

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TJ-PR mantém condenação de réus de atentado a ex-prefeita

Cindy Santos

| Edição de 09 de agosto de 2024 | Atualizado em 09 de agosto de 2024
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O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) manteve a condenação dos responsáveis pela tentativa de homicídio contra a ex-prefeita de Califórnia, Ana Lúcia Mazeto Gomes (PSDB), ocorrido em novembro de 2012. Marcelo Garcia Kanoff, condenado a 8 anos e 2 meses de prisão em regime fechado, e o ex-contador da prefeitura de Califórnia, Luiz Roberto Woidela, condenado a 7 anos e seis meses em regime semiaberto, apelaram da sentença, mas tiveram o recurso negado pela Justiça.

“Não há que se falar em anulação do julgamento, uma vez que o veredito condenatório está em consonância com o acervo probatório, não competindo a esta Corte de Justiça reavaliar a decisão soberana do Tribunal Popular, que interpretou a prova de acordo com o seu livre convencimento”, diz um trecho dos autos do processo.

Peter Jürgen Kelter, um dos advogados de defesa de Woidela, informou que vai entrar com recurso especial junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele diz que respeita a decisão da Corte, porém “a manutenção da condenação é injusta e equivocada nos termos processuais”.

Já o assistente de acusação junto ao Ministério Público, advogado João Batista Cardoso, que atuou no caso junto com seu filho advogado Lucas Eduardo Cardoso, tem opinião contrária. “Creio ser uma decisão muito justa e conforme todas as provas processuais”, garantiu ele, explicado que todos os pormenores do processo foram analisados durante dias e noites junto à promotoria de acusação.

Luiz Woidela poderá aguardar o trâmite do recurso especial em liberdade. Já o outro réu Marcelo Kanoff já está preso por este e outro crime e assim deverá continuar. A reportagem não teve contato com sua defesa.

O julgamento de Kanoff e Woidela foi realizado em setembro de 2023 no Fórum da Comarca de Marilândia do Sul e durou mais de 19 horas. O crime aconteceu em 21 de novembro de 2012, quando um homem atirou 15 vezes em direção de Ana Lúcia - que era prefeita eleita na época - na sede da Associação de Pais e Amigos dos Exepcionais (Apae). Antes de atirar, o homem perguntou se a vítima era a prefeita da cidade. Ana não foi atingida.

Investigações realizadas à época apontaram que Kanoff atirou contra a vítima a mando de Woidela. Consta dos autos que o crime ocorreu porque, após ser eleita, Ana Lúcia anunciou a realização de uma auditoria na prefeitura visando averiguar o suposto enriquecimento ilícito de alguns servidores municipais, inclusive o de Woidela que, à época dos fatos, era contador do município e apoiador de outra candidatura adversária da vítima.