OPINIÃO

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A retração da construção civil

Tribuna do Norte

| Edição de 09 de novembro de 2015 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A retração da construção civil é preocupante em todo o País. O setor foi atingido em cheio pela instabilidade econômica. A preocupação com o desemprego e a redução dos financiamentos em longo prazo para aquisição de imóveis reduziram consideravelmente o número de empreendimentos imobiliários.

Além da crise econômica propriamente dita, há uma crise de confiança entre os brasileiros. Muitos têm dinheiro para aplicar em obras ou financiar imóveis. No entanto, estão cautelosos em fazer investimentos mais altos, principalmente com temor de serem surpreendidos por uma demissão, complicando o planejamento familiar.

Assim, a estratégia adotada pela maioria das pessoas é aguardar a melhora da economia. Enquanto estão em compasso de espera, o setor sofre as consequências e o número de demissões é grande. Há, inclusive, um fenômeno raro na história recente do País em curso, com o desemprego atingindo também pedreiros e outros profissionais que atuam na construção civil. Até pouco tempo, esses trabalhadores eram muito concorridos e agora também estão amargando com a retração de vagas.

Em Apucarana, dados da Secretaria Municipal de Obras apontam para uma queda de 30% no número de empreendimentos imobiliários no município. De janeiro a outubro deste ano, a prefeitura emitiu 700 alvarás para liberação de obra, uma média de 70 por mês. Em todo o ano passado, foram 1,2 mil documentos emitidos, média de 100 por mês. O número de Certificações de Vistoria de Conclusão da Obra (CVCO), o habite-se, também registra queda.

A crise na construção civil tem relação direta com a má gestão do governo federal e também com as estratégias adotadas no financiamento imobiliário, que dificultaram o acesso a programas habitacionais da Caixa Econômica Federal (CEF). O cenário atual tem provocado mudanças no comportamento das pessoas, que estão segurando o máximo que podem seus gastos como precaução para o futuro.

O governo precisa buscar alternativas para fortalecer a economia e, assim, retomar a confiança em novos investimentos. O País depende de ações mais incisivas da administração federal para conter a inflação e a alta dos juros.