Um levantamento realizado com adolescentes em Ivaiporã traz dados alarmantes sobre o consumo de bebidas alcoólicas e drogas. Segundo o estudo, realizado pelo Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas com 658 estudantes entre 10 a 13 anos, 65% deles já fizeram uso de álcool e 20,5% admitiram já ter experimentado maconha. É uma situação preocupante, que exige uma reação da sociedade.
A coleta dos dados ocorreu durante palestras educativas de combate ao uso de drogas apresentadas em escolas municipais e estaduais. Os dados revelam ainda que 42,5% dos jovens já experimentaram tabaco. Além da maconha, a pesquisa também mostra que pelo menos 4,5% dos estudantes já experimentaram cocaína.
O estudo, inédito em Ivaiporã, precisa servir de instrumento para implementação de políticas voltadas para a educação dos adolescentes. O consumo de bebidas alcoólicas e de drogas é extremamente prejudicial e traz consequências graves para a saúde e também para a própria formação desses jovens.
O levantamento comprova com dados algo que é visto com frequência na sociedade: o uso cada vez mais precoce de álcool. Era senso comum a informação de que o consumo começava a partir dos 14 anos, mas o estudo em Ivaiporã aponta o contato com as bebidas alcoólicas já entre 11 e 12 anos de idade. É algo gravíssimo.
Os entorpecentes são um grave problema social, afetando muitos jovens. Esse quadro de drogadição afeta a maioria dos municípios. Há trabalhos importantes para conter essa situação, como é o caso do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), da Polícia Militar (PM). No entanto, são necessárias mais políticas públicas para ampliar o combate a esse verdadeiro mal, que traz graves consequências às famílias.
O consumo de bebidas alcóolicas na adolescência afeta diretamente a saúde dos usuários. A exposição do cérebro ao álcool durante a adolescência pode interromper processos chaves do desenvolvimento desse órgão, possivelmente levando a danos cognitivos. Estudos mostram que aqueles que começam a beber antes dos 15 anos apresentam predisposição quatro vezes maior de desenvolver dependência dessa substância do que aqueles que fizeram seu primeiro uso de álcool aos 20 anos ou mais de idade.
Enfim, é um assunto que precisa ser acompanhado com a maior seriedade. É preciso, principalmente, realizar um grande trabalho de conscientização. A adolescência é uma fase de ebulição, com transformações hormonais e comportamentais. Por isso, é fundamental orientar e conversar sobre assuntos importantes, como drogas, sexualidade e outras questões que podem trazer efeitos duradouros em suas vidas.