OPINIÃO

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De superávit a déficit bilionário nas contas

Tribuna do Norte

| Edição de 30 de outubro de 2015 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O rombo das contas da União causa perplexidade até mesmo para quem desconhece os meandros das finanças públicas. Os números falam por si. Nesta semana, o Palácio do Planalto oficializou que abandonou sua meta de fechar 2015 com superávit de R$ 5,8 bilhões e informou ao Congresso que o déficit primário será de R$ 51,8 bilhões nas contas da União, o equivalente a 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

É impossível não se indignar. Como o governo conseguiu transformar uma meta de superávit de R$ 5,8 bilhões em déficit de R$ 51,8 bilhões? Essa discrepância não pode ser justificada apenas com a retração econômica do País e a queda na arrecadação prevista para este ano, como insistem em apontar os ministros do governo Dilma Rousseff (PT). Não há dúvidas de que entre as razões reais estão falhas grosseiras na gestão do governo federal, com gastos desenfreados ao longo dos anos, especialmente em 2014, visando a garantia da reeleição, que geraram um descontrole financeira gigantesco. A conta chegou agora e a população está sendo conclamada para pagar o prejuízo, mais uma vez.

O descontrole das finanças da União é fruto também da falta de pulso político da presidente Dilma, que não consegue encontrar maneiras de aprovar no Congresso Nacional o ajuste fiscal para reequilibrar as contas do País, o que pode impor um custo social enorme.

É perturbadora também a falta de convicção do próprio governo Dilma em relação à política econômica. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mentor da presidente Dilma, vem criticando publicamente a condução da economia a cargo do ministro Joaquim Levy. Ora, se as estratégias adotadas não encontram eco no próprio PT, como superar a animosidade do Congresso nacional para aprovar tais medidas?

O Brasil precisa, urgentemente, buscar uma trégua política e consenso para buscar o equilíbrio fiscal e criar oportunidades para a economia voltar a crescer. Caso contrário, a situação tende a chegar a níveis alarmantes, com aumento do desemprego, da inflação e da renda da população. Os brasileiros não podem mais continuar arcando com os custos da inabilidade de gestão do governo e com as disputas pessoais e políticas no Congresso Nacional.