Os acordos de leniência fechados pela Operação Lava Jato mostram o tamanho dos desvios de recursos públicos que vinham ocorrendo apenas na Petrobras. Até agora, segundo o Ministério Público Federal (MFP), delatores do esquema de corrupção e parte das empresas envolvidas já devolveram R$ 2,4 bilhões desviados para pagamentos de propina a políticos e ex-diretores da empresa. O valor representa um terço dos R$ 7,2 bilhões de desvios já comprovados na petrolífera.
Esse dinheiro foi subtraído de todos os brasileiros. Os dados divulgados pelo MPF demonstram a facilidade com que os recursos da sociedade brasileira foram saqueados. A informação também sugere o quanto o País vem sendo vítima desses usurpadores de verbas públicas ao longo das últimas décadas. Afinal, seria ingenuidade pensar que apenas agora esse tipo de desvios estivesse ocorrendo, embora a cobiça e a “fome” pela prática criminosa tenha se propagado igual rastilho de pólvora nas últimas gestões federais.
Certamente, esses saqueadores “sangraram” os cofres públicos em bilhões e bilhões de reais. Essa “roubalheira” causa indignação no cidadão, que paga em dia seus tributos, e enxerga o País necessitado de investimentos em saúde, educação, infraestrutura, segurança pública, etc. Enquanto isso, bandidos engravatados negociam propinas do dinheiro suado da população brasileira. É algo lamentável.
Esses desvios de recursos foram comprovados pela Operação Lava Jato apenas na Petrobras até agora e em outras poucas estatais. Assim, não é difícil imaginar a fortuna que foi subtraída dos cofres públicos ao longo dos anos e que passou ilesa de punição.
A restituição de recursos do esquema da Petrobras mostra, por um lado, que é, sim, possível fazer com que esses criminosos devolvam o dinheiro surrupiado da nação. Agora, é preciso também que a Justiça Federal mostre pulso firme no julgamento dos autores desses crimes. As sentenças precisam ser duras para que sirvam de exemplo.
O Judiciário e o Ministério Público estão mostrando, pela Operação Lava Jato, que é possível fazer justiça nesse País. Que esse trabalho seja, de fato, um divisor de águas.