OPINIÃO

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O drama da microcefalia

Tribuna do Norte

| Edição de 16 de dezembro de 2015 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Reportagem sobre a microcefalia, publicada no último domingo pela Tribuna, gerou forte repercussão, ao mostrar o drama vivenciado por duas famílias - uma de Jandaia do Sul e outra de Ivaiporã - que convivem com a doença. Essa má-formação na gestação está no centro das discussões no País, com anúncio de que o zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue, pode provocar essa deformidade em bebês.

Crianças nascidas com microcefalia, geralmente, têm complicações no desenvolvimento da fala, desenvolvimento motor e, em alguns casos, quadros de convulsão. Elas precisam de acompanhamento multidisciplinar, com neurologista, pediatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, entre outros profissionais. Essas crianças dependem, portanto, de um cuidado redobrado e dedicação completa dos pais.

Agora, com a descoberta da relação do Aedes aegypti com essa anomalia, é fundamental que as autoridades de segurança reforcem o combate a esse mosquito. Ora, se a transmissão da dengue já era motivo mais do que suficiente para reforçar as equipes de endemias e o trabalho de conscientização da população, agora isso se torna ainda mais imperativo, diante do quadro de sofrimento e dos riscos que a picada desse mosquito pode representar para milhares e milhares de gestantes pelo País.

Os municípios devem agir de forma contundente no controle da infestação. Na região de Apucarana, cinco municípios estão em situação preocupante no que diz respeito à presença de criadouros do Aedes aegypti - Borrazópolis, Califórnia, Grandes Rios, Kaloré e Rio Bom- e precisam tomar providências, pois há risco de surto. Felizmente, nenhum caso de zika vírus foi confirmado até agora nos municípios pertencentes a 17ª Regional de Saúde (RS), com sede em Apucarana, mas todo cuidado é pouco.

É essencial reduzir a infestação e orientar a população. Infelizmente, muitos moradores ignoram o risco do mosquito e mantêm em suas residências potenciais criadouros do Aedes aegypti. É algo inaceitável e que exige a presença das autoridades, alertando e punindo se necessário com multas ou até prisão. A dengue e agora o zika vírus precisam ser tratados com total seriedade.