OPINIÃO

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Ser santo como Deus é santo

Por Celso Antônio Marchiori, bispo diocesano de Apucarana

| Edição de 06 de novembro de 2015 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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“Vós, ao contrário, vos aproximastes da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos, da assembleia festiva dos primeiros inscritos no livro dos céus, e de Deus, juiz universal, e das almas dos justos que chegaram à perfeição, enfim, de Jesus, o mediador da Nova Aliança, e do sangue da aspersão, que fala com mais eloquência que o sangue de Abel” (Hb 12, 22-24).

Dia primeiro de novembro celebramos o dia de Todos os Santos.

A Palavra de Deus é sempre um constante convite para sermos santos. E todos somos candidatos à santidade, sem exceção. A santidade não é um privilégio de alguns que já se encontram no céu. A santidade é meta para todos os batizados, para todos os que foram marcados na fronte com o Óleo da Crisma, pois a partir deste momento nos tornamos servos de Deus. Assim atesta o Catecismo da Igreja a esse respeito: “a Confirmação imprime na alma uma marca espiritual indelével, o «carácter», que é sinal de que Jesus Cristo marcou um cristão com o selo do seu Espírito, revestindo-o da fortaleza do Alto, para que seja sua testemunha” (Cat. 1304).

A santidade é um dom de Deus. E ele concede esse dom a todos. Como Dom, a santidade é presente, e como presente, pode-se aceitar ou renunciar.

Infelizmente, alguns não aceitam este presente e preferem viver longe de Deus; e vivem por aí perdidos, e o que é pior, vivem tentando nos perder, vivem destruindo tudo, o meio ambiente, a vida das crianças, a vida da família, a vida social e inclusive a vida da Igreja.

Mas aqueles que acolheram o dom da santidade na fé e confiança, embora encontrem muitas resistências para viver em santidade, e são até perseguidos, não se cansam no combate e lutam com perseverança para não perderem a graça santificante que receberam no Batismo. Através de uma vida de oração constante permanecem inabaláveis diante das águas agitadas no mar da vida. E com coragem, fortaleza, prudência, justiça e sobriedade, continuam seu caminho rumo ao “porto seguro” onde Deus será tudo em todos. Motivados pela misericórdia divina, lutam em favor do bem, da vida de todos e de tudo o que Deus criou para favorecer a vida mais plena, mais humana e mais feliz. Portanto, não percamos a esperança, não tenhamos medo, não nos deixemos cair em desânimo. Através de uma vida de profunda oração, de uma sadia busca dos santos sacramentos, especialmente da Reconciliação e da Eucaristia, através de uma vida serena e virtuosa, seguindo as preclaras propostas de Cristo no sermão das Bem-Aventuranças, perseveremos no caminho de Jesus. E neste caminho de santidade, Jesus Cristo é o ponto de referência e o principal modelo a ser imitado.

Contemos também com a ajuda da Mãe de Jesus. Ela intercede por nós e nos inspira no caminho. Também os santos que a Mãe Igreja nos propõe como modelos a serem imitados e para serem venerados, certamente, com Maria no céu, e em plena comunhão com Jesus, podem nos ajudar, pois “esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14); são aqueles que lutaram até o fim e venceram, seguem o Cordeiro onde quer que ele esteja e dele receberam “poder sobre as nações” (Ap 2, 26).

Que Jesus nos conceda a graça desta esperança e a graça da coragem para sairmos de “tudo aquilo que é destruição, devastação, relativismo de vida, exclusão do próximo, exclusão dos valores e exclusão de tudo o que o Senhor nos ofereceu: exclusão da paz. Que Ele nos liberte de tudo isto e nos conceda a graça de caminhar na esperança de nos encontrarmos um dia face a face com Ele. E esta esperança, não desilude!” (Francisco).

“Os Santos são a coroa de Cristo; sejamos santos também nós”.