POLÍTICA

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Alvo de operação, Cunha afirma que não renuncia

Folhapress

| Edição de 16 de dezembro de 2015 | Atualizado em 02 de dezembro de 2016

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Alvo da Operação Lava Jato, que cumpriu ontem mandados de busca e apreensão em seus endereços residenciais e comerciais, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ontem que não há hipótese de renunciar, acusou o governo de promover a ação por "revanchismo" e na tentativa de jogar nas costas do PMDB a "roubalheira do PT".

Imagem ilustrativa da imagem Alvo de operação, Cunha afirma que não renuncia

Cunha cobrou uma decisão imediata de seu partido no sentido de romper com o Palácio do Planalto. "O que me estranha é essa concentração no PMDB no dia da votação no Conselho de Ética e na véspera da decisão [do Supremo Tribunal Federal] sobre o impeachment. Todos sabemos que o assalto da Petrobras foi patrocinado pelo PT."

Além de Eduardo Cunha, a operação da Polícia Federal mirou ontem o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) e os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Fernando Bezerra (PSB-PE).

Ao todo, 53 mandados de busca e apreensão foram emitidos para endereços de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Pará, Ceará e Alagoas.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, são nove os políticos com foro privilegiado alvo desta operação.

Foram emitidos mandados de busca e apreensão que atingiram inclusive imóveis de Cunha, incluindo endereços no Rio, sua residência oficial em Brasília e a diretoria-geral da Câmara, órgão responsável por fechar contratos e ordenar despesas. Três celulares de Cunha foram apreendidos. Ministros também tiveram buscas em seus endereços.

Imagem ilustrativa da imagem Alvo de operação, Cunha afirma que não renuncia

Os policiais foram autorizados a acessar dados de computadores, smartphones, celulares em geral, tablets e outros dispositivos eletrônicos e a apreender aparelhos eletrônicos, anotações, registros contábeis e comunicações realizadas entre os investigados.

Renan chegou a ter um pedido contra si, feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Não houve prisões na etapa atual da operação, chamada Catilinárias.

O nome da operação é referência a uma série de discursos proferidos pelo cônsul romano Cícero por volta de 63 a.C. contra o senador Catilina, acusado de tentar derrubar a República.

Dois ministros peemedebistas foram alvo da ação da PF: Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo). Fábio Cleto, um dos principais operadores de Cunha e que ocupava uma das vice-presidências da Caixa Econômica Federal até a semana passada, também, além de Altair Alves Pinto, apontado como responsável por transportar valores para o parlamentar.

PT teme que investigação da PF unifique PMDB

A cúpula do PT acompanhou ontem com preocupação o desdobramento da nova fase da Operação Lava Jato que atingiu a cúpula do PMDB. Na avaliação do comando petista, a operação pode unificar os peemedebistas em torno do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), também peemedebistas.
Os petistas temem que, alvo da operação, os peemedebistas venham a concluir que o impeachment, com a chegada de Michel Temer ao poder, seja a única maneira de proteger o PMDB. Os petistas estão particularmente preocupados com uma reação do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), que tem defendido o governo de Dilma dentro do Congresso. A ação da PF ainda atingiu três pessoas próximas de Renan: o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), o senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA) e Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro.