POLÍTICA

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As férias escolares e a relação familiar

Da Redação

| Edição de 13 de janeiro de 2023 | Atualizado em 13 de janeiro de 2023

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Muitas pessoas estão vivendo as férias escolares como os estudantes e também pais, avós, tios, entre outros. Ocorre que esse período tão importante e esperado, não é tão fácil e tranquilo quanto parece nas séries e filmes.

Com o convívio familiar e principalmente com os filhos, a gente descobre que tem botões, as vezes até imaturos, negativos, desequilibrados e reativos, que são disparados e que acabam gerando frustração, raiva, angústia, medo que depois podem gerar culpa e dor existencial. Não são as crianças e os adolescentes que fazem a gente se sentir assim, mas eles despertam em nós sentimentos que nem sempre esperamos.

Os adultos na atualidade enfrentam muitos desafios, como briga conjugal, irritação com o trabalho, excesso ou falta dele, crises pessoais, insatisfações financeiras, exigências que não acabam, imprevistos, frustrações, metas inatingíveis, problemas de saúde, e a lista é longa. Além do mau uso da tecnologia, que tem sido um grande fator limitante para a conexão familiar.

A realidade é que muitos de nós não sabe lidar com nossas emoções e isso vai refletir na relação diária com filhos, netos ou sobrinhos. Na correria, acabamos atropelando as necessidades fisiológicas e principalmente as psicológicas de modo que podemos perder momentos especiais com eles.

Alguns questionamentos como o que pode estar faltando para melhorar a relação familiar? Paciência? Amor? Diálogo? A pergunta aqui deveria ser é: será que é importante cuidar das minhas emoções para criar relações mais saudável e coerentes? Com toda certeza, a resposta é sim. Como brinco com o meu marido, professor Guilherme Bomba, absurdamente certeza que sim. É fundamental curar as emoções, desativar os padrões da educação que você teve para não cair na instabilidade emocional.

Quando essa mudança acontece, acontece também a tomada de consciência e suas relações com o outro muda. Férias é tempo de se relacionar! Relacionar primeiro com você mesmo para assim estar mais apto (a) para lidar com os outros. Buscar a inteligência emocional é um caminho especial que os nossos pequenos nos convidam a trilhar e uma forma congruente de prevenir muitos problemas e questões limitadoras quando eles se tornarem adultos.

É verdade que muitos de nós sobrevivemos a tantas adversidades de convivência familiar - incluindo palmadas, chinelada e gritos -, mas uma coisa é fato, que nós poderíamos estar muito mais equilibrados emocionalmente. Nossos pais, na época, não tinham ferramentas para nos educar. Hoje temos, além de ferramentas, a tecnologia a nosso favor. 

Buscando, estudando e praticando novos padrões de relacionamento com as crianças, com os adolescentes e consigo mesmo, os adultos poderão criar novos e futuros adultos mais equilibrados para as próximas gerações. Indivíduos com respeito verbal, moral, físico e emocional, preparados para lidar com as emoções em suas relações.

É muito importante os adultos saberem lidar com suas emoções, pois estas serão disparadas quando os pequenos se comportem de forma desequilibrada. Quando nos sentimos ofendidos, mal e tristes pelo comportamento da criança ou do adolescente, não significa que ele quis ferir você, mas que talvez você já foi ferido quando se comportou dessa forma e guardou uma dor dentro de você. 

Nestes momentos, é preciso que tenham uma inteligência emocional desenvolvida, com um olhar para dentro de si, entender suas próprias necessidades que não foram supridas, de apoio, de amor, de pertencimento, de incentivo, assim ficará mais fácil ajudar os filhos na hora dos desafios emocionais deles nesse período de férias escolares em que a relação familiar fica mais intensa e estreita. Calma, respirem e bom restinho de férias.