Oex-prefeito de Apucarana, Beto Preto (PSD), desligou-se nesta sexta-feira da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e também da presidência do conselho curador da Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná (Funeas), ficando apto para ser candidato nas eleições desse ano.
Ele fica à disposição das articulações políticas a pedido do governador Ratinho Júnior (PSD). “Ele é quem escala o time nesse xadrez político e estou nesse projeto dele. Seguindo a liderança do governador Ratinho Junior, e agradecido pela oportunidade, aceitei a orientação do nosso comandante político”, diz.
Beto Preto, no entanto, segue no governo do Paraná. Servidor público federal como médico perito, ele é e continua cedido ao governo do Paraná. Até a próxima semana, Beto Preto deverá saber onde exatamente vai atuar na equipe de governo, se assessor especial na Casa Civil ou na governadoria.
Mas Beto não sabe, ainda, qual vaga vai disputar nas eleições, se de deputado federal ou ao Senado. “Meu nome está à disposição do governador para o cargo que achar melhor; se achar que devo voltar inclusive para a secretaria de saúde, volto. Eu jogo no time do governador”, admitiu.
No entanto, se perguntarem a ele sobre suas preferências, a Câmara Federal seria o alvo. “Na estratégia pessoal, como agente político, a ideia sempre foi sair a deputado federal”, explica. “Sou ex-prefeito de Apucarana, moro em Apucarana. A nossa cidade está há 32 anos sem um deputado federal. Nosso último foi o Carlos Scarpelini, em 1990”, lembra.
Emocionado, Beto Preto diz que se desligar da Sesa nesse momento lhe causa a mesma sensação de quando deixou a Prefeitura de Apucarana para atender ao chamado do governador Ratinho Júnior. “É a mesma emoção, de boca seca, muito sensibilizado”, afirmou.
Nesta sexta pela manhã, Beto Preto percorreu diversas salas da Secretaria de Saúde para agradecer à equipe. “Foi emocionante”, resume. Ele aproveitou para agradecer também “à família, que suportou tudo isso, a Adriana minha esposa, aos meus filhos, sogro, sogra. E agradecendo a eles todos, agradeço a todas as famílias de Apucarana, minha casa. Estou em Curitiba cumprindo minha missão”, destacou.
DIFICULDADES
Beto Preto ainda não consegue definir com precisão sua experiência frente à Secretaria de Estado da Saúde. “É um tema de tanta profundidade, tão complexo, que é difícil até de ser dimensionado com precisão”, comenta, sobre sua saída da prefeitura para assumir a secretaria de Estado para ser atropelado pela história, com a pandemia. “A gente vinha discutindo a regionalização da saúde e veio a pandemia e nos colheu a todos. Nos momentos mais críticos, praticamente morava na Sesa, tivemos um momento em que só tínhamos medicamentos para no máximo dois dias e estávamos com mais de 5 mil doentes internados em macas. Foram momentos dramáticos. Teve um momento que nem chorar conseguia mais porque já tinha chorado tudo. Aí veio o luto coletivo”, lembra, novamente tentando conter a emoção, antes de mudar o tom. “Mas aí a esperança renasce né! Temos um legado. Apucarana mesmo tinha apenas 10 leitos de UTI cadastrados junto ao Ministério da Saúde. Hoje já são 28 UTIs que ficam. É assim em todo o Estado”, exemplifica, lembrando que durante a pandemia também houve a formação qualificada de recursos humanos, especialmente nos cuidados de urgência e emergência.