POLÍTICA

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Câmara de Apucarana reprova contas do ex-prefeito Pegorer

Cindy Santos

| Edição de 01 de abril de 2024 | Atualizado em 01 de abril de 2024

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A Câmara Municipal de Vereadores de Apucarana reprovou a prestação de contas do ex-prefeito Valter Aparecido Pegorer referente ao exercício financeiro de 2006. A sessão específica foi realizada na tarde de ontem com 6 votos favoráveis, um contrário e uma abstenção. 

“Essas contas vieram com o parecer pela reprovação do Tribunal de Contas. A câmara acompanhou esse parecer e a votação foi pela reprovação”, disse o presidente da Casa de Leis, Luciano Molina (PL). 

Sobre o atraso de 18 anos no julgamento das contas, Molina justifica que a Câmara recebeu o parecer do TCE em meados do ano passado e deu encaminhamento ao rito. “Na verdade, o atraso foi do Tribunal de Contas do Estado, nós não temos como pautar o TCE. A partir do momento que as contas chegaram aqui já demos o rito, informamos o ex-prefeito e colocamos para votação, então por parte da Câmara não houve atraso”, afirmou. 

Quem se absteve de votar foi o vereador Marcos da Vila Reis (PSD), que alegou ter sido surpreendido e que não queria cometer uma injustiça. Durante sua justificativa de voto, o vereador questionou o fato de julgarem as contas do ex-prefeito quase duas décadas depois e em ano eleitoral. “Dezoito anos depois, em um ano eleitoral, levantar uma questão dessa. Sei que o Tribunal de Contas é técnico, mas também é político, confesso que foi surpreendido com essa votação, não estava ciente do que estaria acontecendo, não vou acompanhar o Tribunal nem a comissão. Para não cometer nenhuma injustiça, me abstenho de votar nessas contas”, disse.

O vereador Moises Tavares (Cidadania) deu voto contrário e defendeu a gestão Pegorer. “Falo com tranquilidade porque conheci e participei dessa gestão. Eu já contribuía com administração pública e com políticas públicas e juventude e pude participar muito do conhecimento e das intenções dos gestores. Um ano ímpar, diferente, eleitoral, e sempre o julgamento de contas de um ex-gestor que possa oferecer risco político para algum grupo não deixa de ser uma pauta interessante para aqueles que pensam diferente da gente”, disse 

Pegorer não compareceu à sessão, porém enviou uma carta que foi lida por Tavares. “É lamentável constatar que após 18 anos da ocorrência de possíveis ou supostas falhas administrativas, que não são incomuns no setor públicos, seja na esfera do executivo ou legislativo as mesas possam suscitar discussões infrutíferas e com critérios eminentemente políticos que não contribuirão nada na mitigação da situação ocorrida há quase duas décadas”, diz um trecho do texto enviado pelo ex-prefeito. 

Votaram pela reprovação os vereadores Antônio Garcia (UNIÃO), Luciano Fachiano (PSB), Mario Felipe (PROS), Mario Bertoli (UNIÃO), Tiago Cordeiro (MDB) e Rodrigo Recife (UNIÃO). Os vereadores Francisley Poim (PSD) e Lucas Leugi (PP) não compareceram à sessão.