As Forças Armadas apresentaram uma notícia-crime contra o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) em razão de declarações feitas pelo ex-ministro durante uma entrevista à rádio CBN. À emissora, o presidenciável afirmou, na última terça-feira, que o Ministério da Defesa é conivente com o crime organizado na Amazônia.
Ao comentar o assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, Ciro definiu a região amazônica como uma “holding do crime” graças à gestão do governo Bolsonaro. Disse, também, que “o narcotráfico é claramente protegido por autoridades brasileiras, inclusive as Forças Armadas”.
Em nota, as Forças Armadas disseram repudiar veementemente o que chamaram de “irresponsáveis declarações” do presidenciável. “Tais acusações levianas afetam gravemente a reputação e a dignidade dessas respeitadas Instituições da Nação brasileira, cuja honra, valores e tradições se confundem com a própria identidade do povo brasileiro”, afirmou a instituição.
O documento é assinado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira; o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos; o comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes; e o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior.
Encaminhada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a notícia-crime pede que sejam apurados os crimes de: “Incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade”; e “propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a dignidade ou abalar o crédito das Forças Armadas ou a confiança que estas merecem do público”. (ESTADÃO CONTEÚDO)