O padre Adenilson Malta Pedroso, pároco da igreja matriz São Sebastião, de Lidianópolis, usou as missas do último final de semana para criticar o toque de recolher a partir das 20 horas adotado no município por decreto do prefeito Adauto Mandu (Podemos), baixado em sintonia com decreto estadual assinado pelo governador Ratinho Junior (PSD). O decreto estabelece medidas rigorosas para frear o avanço da Covid-19.
O padre ressalta que, se a igreja for fechada, quem vai reinar na cidade será o diabo. “Aqui vamos continuar rezando, se fechar aqui também, quem vai reinar na cidade vai ser o diabo”, enfatiza.
O pároco alega não ter sido consultado sobre o assunto, para definir se a igreja seria fechada ou não no horário das 20 horas por causa do decreto. No entanto, ele decidiu que não haverá missa às 20 horas nos finais de semana. A missa do sábado será às 19 horas e a de domingo às 9 horas da manhã.
“Se aquela pessoa tem dificuldade de participar da missa no sábado, eu peço que converse com o Executivo e Legislativo do município. Foi determinada de forma ditatorial, não fui consultado, não fui ao menos escutado a esse horário de recolher em relação à Igreja. Se a senhora ou senhor não pode participar, então converse com o prefeito e os vereadores que elegeram”, disse.
Quando soube das declarações do padre, o prefeito Adauto Mandu rebateu, e disse que o religioso sabia sim do decreto. “Não sou ditador, é um decreto do Estado e precisamos seguir. Esse comentário foi maldoso, mostra falta de conhecimento. Eu liguei para os padres e pastores para conversar, falar sobre o decreto. Não sou ditador, sou um cristão, tenho um diálogo com todos” explica.
Ainda sobre a declaração de que o diabo vai reinar na cidade, o prefeito foi bem claro. “Nunca o diabo vai mandar, porque a comunidade é cristã e o povo é de Deus. Lidianópolis é do Senhor Jesus Cristo”, finaliza. (EDISON COSTA E SILVIA VILARINHO)