POLÍTICA

min de leitura - #

Região faz mobilização contra a instalação de barragens no Rio Ivaí

Da Redação

| Edição de 24 de outubro de 2022 | Atualizado em 24 de outubro de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

AAssociação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi) está reforçando uma mobilização regional pela manutenção do Rio Ivaí sem barragens. Em encontro realizado no final de semana no Salão de Eventos do Distrito de Porto Ubá, em Lidianópolis, prefeitos da região discutiram projetos de construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no manancial. A instalação das centrais enfrenta grande resistência na região.

A reunião contou com a participação do Ministério Público Estadual, Associação de Pescadores Profissionais, Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Nupelia) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Instituto Água e Terra (IAT), ambientalistas, proprietários rurais e comerciantes de toda a região.

De acordo com o presidente da Amuvi e prefeito de Ivaiporã, Carlos Gil, a reunião foi solicitada pela associação de pescadores, bem como com proprietários de terra às margens do Rio Ivaí, que estão preocupados com a possibilidade de instalação de usinas no rio.

“O que sentimos na reunião é que a luta de todos é pela preservação do Rio Ivaí, que se mantenha sem barragens. A reunião foi importante para fortalecer, porque nada sai sem o apoio da Câmara dos vereadores e da Prefeitura. Hoje temos outras formas de gerar energia, seja através de usinas eólicas e fotovoltaicas, acredito que o caminho é esse”, disse Carlos Gil.

Durante a reunião, o chefe regional do IAT, Carlos Henrique de Souza, informou que, para o próximo ano, o Governo do Estado já tem programado a soltura de um grande número de alevinos no Rio Ivaí, com objetivo primordial de ajudar a estabelecer um equilíbrio da fauna aquática existente.

O promotor de Justiça Robertson Fonseca de Azevedo explicou que a concessão para a instalação de PCH’s é do Governo Federal. “Mas, pela legislação, é o município quem determina o uso do solo e tem que dar a anuência. A nossa estratégia, do MP, universidades e movimentos de proteção do rio é informar aos prefeitos dos impactos negativos”, comenta.

Ainda segundo o promotor, os empreendimentos hidrelétricos são bons para quem instala, mas ruins para os municípios. “As pessoas que são impactadas com barragens, veem toda a sua vida submersa. Tem gente que saiu de Primeiro de Maio por causa da barragem e recebeu metade da indenização, já que é realizada pelo ITR declarado. O município afetado perde população, sem falar nos impactos ambientais que são enormes”, relatou o promotor.

Também participaram da reunião o vice-prefeito de Lidianópolis, Aparecido Buzato, que representou o prefeito Adauto Mandu; os prefeitos Pedro Taborda, de Rio Branco do Ivaí; Lauro Junior, de Jandaia do Sul; Natal Casavechia, de Cruzmaltina; Reinaldo Grola, de Lunardelli; vereadores, secretários municipais e chefes de regionais de secretarias de estado, dentre outras autoridades.