O ex-senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião (PT), pré-candidato a um quarto mandato no governo do Paraná, retomou nesta quinta-feira, por Apucarana, as caravanas pelo interior do Estado. Segundo ele, a prioridade dessa ação suprapartidária é levantar o nível de consciência da população sobre o que está acontecendo no Estado e no País “Isso é o fundamental para mim, que iniciei essas caravanas com membros de sete, oito partidos”, afirmou ele, que deixou o MDB após 40 anos militando nesta sigla.
O encontro denominado Caravana Requião reuniu ontem à noite, no salão de eventos do Cristão Palace, lideranças do PT e de outros partidos aliados, além de representantes de movimentos sindicais e sociais. Presentes o deputado estadual Requião Filho, que também já deixou o MDB e se filiou ao PT, o presidente estadual da legenda, deputado estadual Arilson Chiorato, o deputado estadual Professor Lemos (PT) e o ex-prefeito de Arapongas, ex-deputado federal e ex-deputado estadual Waldyr Pugliesi, um dos fundadores do MDB no Paraná. Mais cedo, o ex-governador visitou a redação da Tribuna do Norte e concedeu entrevista exclusiva ao TNOnline.
Requião afirmou que não é candidato pelo PT, mas por uma federação de partidos e explicou que, como o ex-presidente Lula, estaria num movimento. “Estamos na mesma, num movimento para consertar o Brasil e o Paraná. Os próximos governos só serão fortes tanto quanto for forte a consciência da população”, avalia.
“Estamos sem governo e estou tentando mostrar exatamente isso”, explicou Requião, ao falar das caravanas. “Por exemplo, estamos pagando conta de água e luz com valores estratosféricos, sem nenhuma necessidade”, comentou. “Na prática, isso é um roubo da economia popular, tarifas altas para distribuir lucros para acionistas que nem sabem onde é o Paraná”, justifica.
Para o ex-governador, é preciso mobilizar a população nesses encontros, “também para vencer o bloqueio da comunicação”, disse, explicando que a mídia tradicional está nas mãos do Estado. “O governo vai gastar mais de 100 milhões de reais em mídia até o meio do ano”, afirmou.
Caso eleito governador, Requião diz que vai interferir imediatamente nas empresas públicas que, segundo ele, não podem ficar a serviço do mercado. “Elas têm que ficar a serviço do Paraná. É preciso agir pelo Estado. Sanepar e Copel trabalhar para mercado e acionistas? Vou colocá-las para trabalhar pelo Paraná”, garantiu.
Ex-governador fala em voltar para “consertar o Paraná”
Roberto Requião lembrou ontem, em Apucarana, que em seu governo criou pelo menos 320 programas, como o de calcário, internet pública nas escolas, fundo de aval para pequenos agricultores e empresários tomarem dinheiro na crise, entre outros, além da construção de 42 hospitais. Sua intenção é retomar projetos sociais que garantam a sobrevivência das famílias paranaenses que, conforme assinala, hoje pagam caro pelas tarifas de água e luz, por exemplo.
“Fizemos um governo porreta. Eles (o governo) têm toda estrutura de comunicação, dinheiro da campanha, mas não tem o que mostrar”, avalia. “Precisamos consertar o Paraná, construir uma perspectiva de futuro para o paranaense”.
“As pessoas precisam comer, precisam de saúde, de educação. Eles, o governo, não sabem o que estão fazendo. Se dizem modernos, novos políticos, mas são moleques e estão prejudicando o futuro do Paraná”, afirmou Requião.