POLÍTICA

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STF suspende processos de 12 apucaranenses em atos golpistas

Fernando Klein

| Edição de 18 de dezembro de 2023 | Atualizado em 18 de dezembro de 2023
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Dos 13 moradores de Apucarana (PR) denunciados por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, 12 tiveram seus processos suspensos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e negociam acordos de penas alternativas. Apenas Matheus Lima de Carvalho Lázaro foi condenado e teve pena de 17 anos de prisão executada pelo Supremo. A informação é do advogado Luiz Fernando Vilasboas, que representa os doze apucaranenses.

“Quanto aos nossos clientes, conseguimos a suspensão de todos os processos. Em conversa direta com a Procuradoria Geral da República, estamos negociando a viabilidade e os termos de um possível ANPP (Acordo de Não Persecução Penal)”, explica Vilasboas, que é de Apucarana e tem escritório em Brasília.

Diante dessas negociações, segundo o advogado, o ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão desses processos para a discussão dos acordos. “As negociações são individuais, com uma análise diferente para cada caso, considerando as circunstâncias pessoais de cada réu”, explica Vilasboas.

Segundo ele, o réu que tiver seu acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal terá que cumprir uma série de requisitos e, findado o cumprimento, terá seu processo arquivado. “Por outro lado, os réus que não aceitarem ou que as negociações não se mostrarem pertinentes ou adequadas, os processos seguirão seu fluxo natural”, diz.

Atualmente, esses 12 moradores da cidade com os processos suspensos estão em Apucarana, utilizando tornozeleiras eletrônicas. Segundo ele, as negociações estão na fase final. Caso os acordos sejam confirmados, os réus precisarão participar em um curso sobre democracia e estado de direito, cumprimento de serviço à comunidade e pagamento de uma prestação pecuniária, dentre outras medidas alternativas. “Quanto à tornozeleira, está em discussão a necessidade de utilização até o cumprimento final do acordo”.

O advogado considera uma vitória da defesa, já que conseguiu comprovar a tese de que os seus representados não teriam participado diretamente das depredações dos prédios dos Três Poderes (Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto) em 8 de janeiro deste ano. “É fruto de uma construção coerente que estamos mantendo desde o início do caso”, completa Vilasboas.

O STF iniciou na última sexta-feira a apreciação de 29 ações penais dos atos golpistas. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou para condenar todos os réus, com penas que variam de 14 e 17 anos de prisão. Após o voto de Moraes, os demais ministros poderão votar até 5 de fevereiro.