CIDADES

min de leitura - #

Abraham Shapiro

Adalton Vieira

| Edição de 04 de abril de 2022 | Atualizado em 04 de abril de 2022

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Há quem diga que beleza e inteligência não andam juntas. Isso nunca me chamou tanto a atenção quanto vejo que fortuna e sabedoria não são atributos que obrigatoriamente aparecem aos pares. Constatei o fato com os próprios olhos não poucas vezes. 

Um fulano herdou uma empresa que lhe garante fabulosa receita e lucratividade. A companhia tem gestores que atuam com eficiência, de modo que ele viaja muito e só aparece para saber dos resultados de cada mês. 

Logicamente, ele faz novos investimentos com grande parte de seu dinheiro, graças à orientação de especialistas. Imóveis, é claro, tem sido o principal deles.

Há poucos anos, muitos se surpreenderam ao vê-lo apostar em outro segmento no qual ele teria ótimas chances de mostrar seu talento financeiro. Porém, até agora a nova empresa tem sido conduzida com inexplicável negligência. Parece existir só para favorecer terceiros que lhe oferecem ativos para expansão ou consolidação. O que ele faz? Negócios bons para os outros. O capital que aí opera só lhe traz prejuízos. E não se trata de caridade, nem de lavagem financeira. 

Ter uma empresa bem estabelecida e rentável não é garantia alguma de que, ao transferi-la a um sucessor da família terá o sucesso que seu fundador ou o gestor atual conseguiu até então.

Negócio próspero e inteligência brilhante não estão condicionados à herança genética. Cem por cento dos casos exigem que o potencial sucessor seja treinado, desenvolvido e provado para que chegue, no mínimo, a representar a continuidade desejada. 

Trabalhe para ter um excelente e lucrativo negócio. Mas não conte com a utopia de que a próxima geração fará o papel necessário só pela convivência ou por osmose mental, porque isso não vai acontecer de modo algum!