A coleta seletiva ainda é um desafio em Apucarana. De acordo com a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Apucarana (Cocap), apenas 20% da população separa o lixo corretamente. “A parcela da população consciente que faz isso é pequena. Mas esse problema não é só de Apucarana, é de todo o Brasil. Infelizmente agora que as pessoas estão começando a se adaptar a esse novo modelo de vida com sustentabilidade e consciência ambiental. As pessoas precisam se conscientizar e se habituar. As pessoas acham que as mudanças vêm de um grande movimento. Mas as vezes é de pequenas atitudes que ocorrem grandes mudanças”, afirma o coordenador da Cocap, Antônio Nogueira.
Para incentivar a separação correta do lixo a Cocap pretende retomar a entrega da Sacola Retornável aos bairros atendidos pela cooperativa. O projeto em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente aumentou em 50% a coleta seletiva de itens recicláveis, em 2019. Na opinião de Nogueira, a principal função do projeto é ensinar a população sobre a importância de separar o lixo corretamente, para não prejudicar o aproveitamento de materiais recicláveis, evitando que sejam lançados no aterro sanitário.
“Esse projeto deu muito certo, mas houve necessidade de parar por conta da pandemia da Covid-19”, comenta Nogueira que pretende alcançar os bons resultados.
A Sacola Retornável tem o mesmo conceito do projeto Sacola Verde, idealizado em 2005 em Apucarana pelo técnico ambiental da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Nelson Mardegan. Ele conta que há 17 anos a separação de lixo era praticamente inexistente na cidade e que teve a ideia de criar o projeto para incentivar a cultura sustentável e despertar a consciência ecológica na população.
“O meu despertar para as questões ecológicas foi uma campanha da fraternidade com tema ‘Preserve o que é de todos’. Desde então sempre fiz o possível para preservar o meio ambiente. Começando pela minha casa que é toda sustentável, com aquecimento solar, reaproveitamento de água da chuva, compostagem entre outros sistemas ecológicos”, conta.
Mardegan avalia que 20% da população separando lixo corretamente ainda é um número baixo e que há necessidade de apostar em campanhas de conscientização de crianças, jovens e adultos.