CIDADES

min de leitura - #

Estudo da Fiep destaca Apucarana como maior polo têxtil do Paraná

Fernando Klein

| Edição de 14 de abril de 2023 | Atualizado em 14 de abril de 2023
Imagem descritiva da notícia Estudo da Fiep destaca Apucarana como maior polo têxtil do Paraná

Fique por dentro do que acontece em Apucarana, Arapongas e região, assine a Tribuna do Norte.

Um levantamento elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) confirma a posição de liderança de Apucarana no setor de confecções do Paraná. Maior polo do segmento no Estado, o município lidera no número de empresas e também ocupa o primeiro lugar na geração de empregos formais entre todas as cidades paranaenses.  

Produzido pelo Observatório Sistema Fiep, o estudo foi apresentado em Curitiba durante evento recente com lideranças políticas e empresariais do Paraná, que contou também com a presença do secretário estadual do Trabalho, Qualificação e Renda, Mauro Moraes. 

Segundo a Fiep, o segmento têxtil e do vestuário responde por 9% dos empregos, 13% dos estabelecimentos e 2% do Valor Adicionado Bruto (VAB) da indústria de transformação do Paraná. São 4.201 empresas do setor no Estado, que geram 61.954 empregos formais e que movimentam R$ 5,6 bilhões em vendas. 

Apucarana ocupa a liderança em número de estabelecimentos no Estado. São 612 empresas na área de confecções e vestuário, segundo números de 2021. O município está bem à frente de Curitiba, que aparece na segunda posição, com 357 empreendimentos; Maringá tem 328 e Cianorte, 224. São micros, pequenas, médias e grandes empresas. As MEIs (Microempreendedores Individuais) não integram o estudo. 

O levantamento aponta ainda que Apucarana foi uma das duas únicas cidades a registrar aumento de estabelecimentos formais na comparação ao ano anterior, com alta de 1,49%. Além do número de empresas, o estudo da Fiep mostra que o município é líder também na geração de empregos formais no segmento, com 7.175 trabalhadores com carteira assinada, com crescimento de 13,03% em relação a 2021. Cianorte está na segunda colocação, com 3.907 trabalhadores; e Maringá na terceira, com 3.721 trabalhadores.

Para 2023, as expectativas são de crescimento, ainda que tímido. Segundo a RC Consultores, o setor projeta alta de 0,9% em 2023 na produção e 1,1% nas vendas internas. Fatores como custos, preços do algodão e frentes marítimos vêm prejudicando o segmento. Por outro lado, o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), a queda da inflação e a manutenção do emprego podem ajudar a impulsar a indústria de confecções. 

Setor vai muito além do boné e envolve cadeia produtiva completa, destaca Sivale

A empresária Elizabete Ardigo, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale), afirma que o município conta com uma cadeia produtiva completa no segmento de confecções, desde a produção de matérias-primas até a mais variada gama de produtos finais. 

“Comemoramos recentemente os 50 anos do início da produção de bonés em Apucarana. Foram empresários pioneiros, que batalharam muito e abriram as portas para o segmento de confecções, que hoje abrange uma cadeia produtiva ampla. Além dos bonés, Apucarana é hoje destaque na produção de camisetas, jeans, moda praia, malharias e aviamentos, com alcance em todo o país”, assinala Elizabete. 

A presidente do Sivale afirma que o polo de confecções de Apucarana vem se reinventando ao longo dos anos. “Além do boné, que continua com sua força, hoje a cidade é referência na produção de roupas desde a moda country, o hip hop até o fitness”, cita Elizabete. 

A versatilidade e a capacidade de adaptação é um outro ponto destacado. Durante a pandemia, muitas empresas rapidamente passaram a produzir máscaras para o Brasil inteiro, mantendo a produção e os empregos em um momento de crise mundial com a pandemia de covid-19. Há também a forte cadeia de produção de matéria-prima, que abastece o mercado local e também empresas de todo país. 

Segundo a presidente do Sivale, Apucarana produz cerca de 5 milhões de bonés e 6 milhões de camisetas por mês, sem contar os demais itens do setor de confecções. “É um protagonismo que nos orgulha”, cita Elizabete, destacando o papel do Sivale nessa evolução. “O sindicato completou 36 anos de atuação, buscando justamente esses resultados positivos”, finaliza a empresária. 

Orgulho para Apucarana, diz prefeito Júnior da Femac

O prefeito de Apucarana, Junior da Femac (PSD), afirma que é motivo de orgulho para o município alcançar a posição de detentor do maior número de empresas e de maior número de trabalhadores no segmento têxtil e do vestuário do Paraná. 

Segundo ele, a indústria desse segmento surgiu como uma resposta às dificuldades criadas pela geada de 1975, que dizimou os cafezais e gerou graves prejuízos à economia do município, naquela época baseada na agricultura. “Uma cidade que em poucas décadas montou um complexo industrial e que hoje produz tudo ligado ao vestuário, desde o tecido até o design”, pontua. 

Segundo o prefeito, o setor buscou ao longo dos anos equipamentos, tecnologia e treinamento de mão de obra para construir a cadeia produtiva do vestuário em Apucarana, que hoje é referência no Paraná e no Brasil. Junior da Femac afirma que a administração municipal atua para apoiar o segmento, com o desenvolvimento de programas, como o Portas Abertas e o Brasil Mais, além da coleta de resíduos têxteis e apoio às iniciativas do setor, como o Apucarana Fashion. 

“Temos orgulho da tecnologia empregada nas indústrias de vestuário de Apucarana e da qualidade das roupas produzidas aqui”, reforça, destacando que “Apucarana produz vestuário e faz a moda paranaense acontecer”. 

O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia), Wanderlei Faganello, também destaca a importância do setor para a economia apucaranense, ressaltando o papel do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana (Sivale) e do APL Bonés. “Esses resultados mostram o poder e a estrutura que uma governança têm para transformar e potencializar uma matriz econômica numa cidade”, afirma.