As exportações dos municípios da região atingiram US$ 17,6 milhões no primeiro bimestre deste ano. O levantamento feito na plataforma Comex Stat, do Governo Federal, aponta, entretanto, para uma queda de 21,3% nas vendas internacionais relação ao mesmo período do ano passado o que vai na contramão do estado que fechou o bimestre com alta de 9% no comparativo.
No ranking regional, o valor mais alto obtido com exportações é o de Arapongas US$ 7,7 milhões, a maior parcela obtida com a venda de móveis (67%), assentos 17%, plantas e sementes (4,9%). China, Chile, Peru e Uruguai são os países que importaram produtos araponguenses.
Apucarana detém o segundo maior valor em exportações US$ 4,5 milhões com o comércio internacional de tecidos de algodão (42%), couros (28%), adubos e fertilizantes (4,3). A maior parte é comercializada para o Paraguai, China, Coreia do Sul e Colômbia.
São Pedro do Ivaí é outro município que representa um valor importante nas exportações da região e ocupa a terceira posição no ranking regional. No primeiro bimestre do ano, o município atingiu US$ 3,9 milhões com a venda de leveduras e ração para 12 países.
Outros municípios que registram atividades no mercado internacional são Jandaia do Sul, Cambira, Mauá da Serra e Califórnia (veja no gráfico).
De acordo com o economista Marcelo Vargas, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Apucarana, o câmbio e o dólar são dois fatos que afetam muito as exportações. “Quanto mais caro o dólar, mais incentivo tem as nossas exportações pois lá fora o nosso produto fica mais barato em dólar lá fora”, diz.
O economista observa que a pouca variação pode ter impactado a queda das vendas dos municípios da região, além de outros fatores. No primeiro bimestre de 2022, Vargas aponta que o dólar flutuou entre US$ 5 a US$ 5,68. No mesmo período deste ano, essa oscilação foi de US$ 5,5 a US$ 5,48. “Foi uma flutuação menor e, de certa forma, o dólar teve uma certa influência e contribuiu com a queda porque diminuiu o valor”, analisa.
Outros fatores que influenciaram a queda são a baixa demanda e poder de compra externo. O economista analisou os principais produtos comercializados pelos dois maiores municípios da região e concluiu que a crise internacional pode ter afetado o desempenho nas vendas.
“Em janeiro e fevereiro de 2022 foram quase os mesmos produtos exportados neste ano. Com algumas particularidades. E Arapongas, teve queda de 26% nas vendas em comparação com este ano, porque o município exporta principalmente móveis, que não é um produto de primeira necessidade. Diferente de Apucarana, que o principal produto exportado são os tecidos de algodão. Apucarana teve um crescimento de 8,4%. Isso porque roupa é um produto que as pessoas priorizam mais do que móveis”, explica o professor.
Bimestre positivo no Paraná
O ano de 2023 começou com resultados positivos para as exportações do Paraná. No acumulado de janeiro e fevereiro, o resultado consolidado das vendas para outros países fechou 9% maior do que o mesmo período de 2022. Enquanto que nos dois primeiros meses de 2022 o Estado vendeu US$ 2.774.587.427 para o Exterior, em 2023 esse valor subiu para US$ 3.024.900.433. O levantamento é do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) a partir de dados do governo federal publicados nesta terça-feira (7).
Dos cinco produtos mais exportados pelo Paraná nos dois meses, quatro tiveram aumento nas negociações. Líder nas exportações paranaenses, a carne de frango in natura teve incremento de 21,1% no bimestre, subindo de US$ 478.009.022 ano passado para US$ 578.740.823 no período em 2023. Sozinha, a proteína de frango representou 19,1% de todo o volume exportado pelo Estado em janeiro e fevereiro.