“Estou sem chão”. Assim reage o porteiro apucaranense de 65 anos, ao falar sobre o filho, de 24 anos, um dos três brasileiros presos no dia 15 de fevereiro no Aeroporto de Suvarnabhumi, em Bangkok, capital da Tailândia, suspeitos de tráfico internacional de drogas. Os outros presos seriam um casal de Curitiba, que estava num voo diferente do rapaz de Apucarana.
A prisão dos brasileiros foi noticiada nos sites Bangkok Post e Amarin TV, da Tailândia. Segundo o relato, policiais da Divisão de Repressão ao Crime 3, prenderam o suspeito de nacionalidade brasileira, com 6,5 quilos de cocaína, avaliados 19,5 milhões de Baht tailandeses, o equivalente a mais de R$ 3,1 milhões.
Além do apucaranense, um homem de 27 anos e uma mulher de 22, que seriam de Curitiba, também foram detidos pelo mesmo crime. Eles levavam 9 kg da droga. Os nomes não foram divulgados.
“Estamos desesperados, muito nervosos. É um acontecimento muito difícil e não desejo isso a nenhum pai”, desabafa o pai, que trabalha como porteiro e, após repercussão da entrevista concedida ao TNOnline, pediu para que seu nome não fosse divulgado. No momento, diz, ele só espera “a poeira baixar” para ver o que pode ser feito para tentar ajudar o filho. “Enquanto isso, preciso cuidar da mãe dele, que está em casa, numa crise de choro”.
Ele conta que não sabia que o filho faria essa viagem internacional. À família, o rapaz disse, no dia 11, que estava indo para a praia com amigos. “Para nós ele estava indo pra Camboriú”, conta. “Dois ou três rapazes vieram de carro aqui em casa pegar ele para a viagem”, informa.
Segundo a família, as autoridades brasileiras ainda não confirmaram a prisão. Os pais ficaram sabendo do ocorrido na quarta-feira. “Ontem (quarta-feira, 16) à tarde, dois rapazes vieram em casa e contaram que ele havia ‘caído’ lá na Tailândia”, conta o pai.
Os pais do jovem preso se dizem desesperados. “Nos falaram que naquele país a lei é muito rígida. E qualquer tentativa legal de soltar ele lá custaria pelo menos uns 160 mil reais”, diz. Esse valor, conta, é o que teria sido descoberto em pesquisas feitas na internet. “A gente não tem isso não. Nem perto disso”, preocupa-se.
Segundo ele, o rapaz não costumava fazer viagens internacionais. “Mas ele já tinha ido lá, nesse mesmo lugar, há uns quatro ou cinco anos. Na época, quando descobrimos, ele já tinha até voltado. Soubemos quando descobrimos as passagens no quarto dele”, contou