O Ministério Público do Paraná, a partir do núcleo regional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina cumpriu na manhã de ontem dez mandados de prisão temporária e 26 de busca e apreensão no âmbito da Operação Fauda, que investiga a prática dos crimes de lavagem de dinheiro, extorsão, estelionato, falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Londrina, contra integrantes de duas associações criminosas, e estão sendo cumpridos nas cidades paranaenses de Arapongas, Sabáudia, Faxinal, Jandaia do Sul, Ibiporã e Guaíra, além de Bauru, em São Paulo, Mundo Novo e Dourados, no Mato Grosso do Sul, e Goiânia e Palmeiras, em Goiás.
As investigações da Operação Fauda tiveram início em maio de 2021, em Londrina, quando uma mulher foi presa em flagrante, utilizando documento falso para tentar se passar pela companheira de um narcotraficante. A mulher estava num cartório de notas da cidade, tentando transferir imóvel residencial de alto padrão pertencente a pessoa envolvida com o narcotráfico.
Com a prisão dessa primeira investigada, identificou-se a existência de associação criminosa com sede em Arapongas que falsificava documentos para se apropriar de bens de um casal investigado por narcotráfico pela Polícia Federal atualmente desaparecido. A suspeita é que casal em questão, residente em Mundo Novo (MS) onde está outro braço da quadrilha, tenha sido morto em uma disputa entre traficantes. Segundo o MP, bens do casal desaparecido, que incluem propriedade rural e mansão em Mato Grosso do Sul, foram alienados para os investigados mediante fraude.
Tanto a quadrilha de Arapongas como a quadrilha de Mundo Novo teriam se valido de familiares do casal desaparecido para facilitar as transferências dos bens. Uma das finalidades da operação é apurar se essas participações se deram de modo fraudulento, de forma voluntária ou ante grave ameaça contra esses familiares. Estima-se que os valores das fraudes envolvendo apenas os bens imóveis do casal desaparecido seja de no mínimo R$ 4 milhões, além de quantias eventualmente.