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Pão francês começa a ficar mais caro em Apucarana

Da Redação

| Edição de 17 de março de 2022 | Atualizado em 17 de março de 2022

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A guerra da Rússia contra a Ucrânia fez o preço do trigo disparar no mercado internacional. E com a inflação pressionando o custo da farinha, com alta de até 30%, derivados como o pão francês começam a ficar mais caros em Apucarana. Nesta semana, alguns estabelecimentos da cidade já reajustaram os valores do pãozinho que variam entre R$ 12 a R$ 18,9.

Marcos Granetto é proprietário de uma padaria e confeitaria que utiliza por semana aproximadamente 3 mil quilos de farinha de trigo para produção de pães, bolos, doces e salgados. E com o aumento de preço da matéria-prima, quase todos os produtos derivados do trigo ficarão mais caros, começando pelo pãozinho francês que subiu 26,8% no estabelecimento de Granetto.

“Quando o reajuste é pequeno, tentamos absorver diminuindo o lucro para não afetar o cliente, porque sabemos que o dinheiro do cliente também não está aumentando. Mas nesse caso, não teve como segurar esse reajuste”, comenta o empresário.

Em outra padaria e confeitaria da cidade o pão francês ficou 33% mais caro. O proprietário do estabelecimento, José Nogueira Miranda, também repassou a alta para outros produtos como bolos e salgados que subiram, em média, 15%. “Precisei reajustar os preços dos produtos, porque além da farinha de trigo, houve alta no preço da energia elétrica, da gasolina, do gás. São vários aumentos que muitas vezes a empresa absorve para não prejudicar os clientes, mas chega uma hora que fica difícil de trabalhar”, explica.

Além dessas despesas que oneram ainda mais a manutenção de seu empreendimento, Miranda ainda tem de garantir o salário de oito funcionários que trabalham na padaria e que ganham o piso da categoria. “Trabalho há 18 anos e posso dizer que nunca foi tão difícil. Desde o começo da pandemia estamos fazendo de tudo para manter o negócio e não fechar as portas”, afirma.

Mas mesmo com a inflação batendo à porta, ainda tem empresas que vão tentar manter o preço do pãozinho. Como é o caso da empresária Dejanira da Silva Dauna, proprietária de uma panificadora. Ela explica que ainda não vai passar esse último reajuste porque já havia alterado o valor do pão francês em fevereiro deste ano. A empresária explica que o preço estava bastante defasado porque não reajustava há anos. Em fevereiro, segundo ela, o preço da farinha de trigo teve alta e o quilo do pão passou a ser vendido a R$ 14. “Vou tentar dar uma segurada no preço do pão francês, até para ajudar os clientes. Antes com R$ 5 o freguês levava 10 pães, hoje com R$ 5 leva 7 pães. Para uma família numerosa, faz toda a diferença”, comenta.

Como quase tudo que é produzido na panificadora tem a farinha de trigo como principal ingrediente, a empresária acredita que outros produtos sofrerão alteração de preço. Por semana, a padaria utiliza cerca de 300 quilos de farinha. “Outros produtos como bolos e salgados com certeza terei que mexer em alguma coisa’, reitera.