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Postos lotam e gasolina já começa a faltar

Renan Vallim

| Edição de 05 de novembro de 2015 | Atualizado em 02 de dezembro de 2016

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A gasolina já começou a faltar em alguns postos de combustíveis da região desde a manhã de ontem. O receio de mais uma greve de caminhoneiros, em conjunto com a paralisação dos petroleiros, levou consumidores da região a uma verdadeira ‘corrida’ aos estabelecimentos. Os postos, que já enfrentavam dificuldades para comprar o produto nas distribuidoras, viram o estoque secar rapidamente com o aumento repentino da demanda. O Procon de Apucarana promete autuar possíveis reajustes abusivos.

Imagem ilustrativa da imagem Postos lotam e gasolina já começa a faltar

Informações divulgadas principalmente por redes sociais e aplicativos de mensagens de celular fizeram com que, desde o início da semana, houvesse um aumento significativo da procura por combustível. Com isso, filas de veículos se formaram em frente às bombas. Ivaiporã foi a primeira cidade a registrar falta de combustível, na manhã de ontem. Já no meio da tarde, alguns postos de Apucarana e Arapongas, principalmente os menores, começaram a registrar ausência de gasolina.

“O pico da procura foi na tarde de ontem [anteontem], principalmente depois das 18 horas. Os carros formaram filas nas bombas. Hoje [ontem] pela manhã, perto das 11 horas, o resto que havia sobrado acabou”, afirma a proprietária de um posto em Ivaiporã, Taís Ujvari. A expectativa dela era receber um novo carregamento hoje. Em boa parte dos postos de Ivaiporã, além da gasolina, o etanol também havia acabado.

Em Arapongas, a gasolina acabou em alguns postos a partir das 16 horas de ontem. “O fluxo cresceu demais. Muita gente está ligando, perguntando como está o estoque e as que estão abastecendo aproveitam para encher o tanque. Estão todos com medo da greve dos caminhoneiros”, destaca Vaniele Fonseca, funcionário de um posto de Arapongas que tinha estoque do produto até o final da tarde de ontem.

Não é apenas a alta demanda que está fazendo com que o combustível acabe. Os postos afirmam que estão enfrentando dificuldades para comprar o produto das distribuidoras. “A distribuidora não tem mais combustível por causa da greve dos funcionários da refinaria de Araucária. Está difícil comprar. Por conta disso e pelo aumento da demanda, a gasolina aqui acabou. É um grande prejuízo para nós, já que estamos com funcionários parados, não estamos vendendo...”, diz Vanessa Fantim, auxiliar administrativo de um posto de Apucarana. Segundo ela, apenas o tanque de gasolina do posto está vazio. O etanol, por ainda ser encontrado nas distribuidoras, não gera preocupação neste momento.

O Procon de Apucarana foi acionado na tarde de ontem para averiguar possíveis abusos nos preços dos combustíveis. De acordo com a coordenadoria do órgão, postos que fizerem reajustes injustificados nos preços serão autuados.

População teme novos bloqueios nas estradas

Desde terça-feira (3), os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR) aderiram à greve nacional da categoria contra o desmonte da Petrobrás. De acordo com o sindicato da categoria, 90% dos trabalhadores aderiram à paralisação. Parte desses funcionários estão mobilizados em torno da empresa. Apenas os funcionários terceirizados, cerca de 2 mil, estão trabalhando atualmente no local.

A luta dos trabalhadores foi motivada pela revisão do Plano de Negócios e Gestão (PNG) da empresa, no qual estão previstos desinvestimentos e vendas de ativos que juntos somam aproximadamente US$ 140 bilhões. A categoria exige a manutenção da Petrobras como uma empresa integrada e indutora do desenvolvimento social e econômico do país.

Já a greve dos caminhoneiros é uma mobilização prometida pela categoria em todo o país a partir da próxima segunda-feira (9). A exemplo da paralisação realizada em abril deste ano, a mobilização está sendo organizada via redes sociais e aplicativos de trocas de mensagens. Os organizadores afirmam que não houve avanços na pauta de negociações discutida em abril, como redução do diesel, tabela mínima de frete, entre outros.