Aproximadamente 200 alunos do Colégio Estadual Vale do Saber de Apucarana não devem estudar na unidade a partir do ano que vem. O imóvel, que abriga também uma escola municipal e um centro municipal de educação infantil (CMEI), passará por uma reforma e os estudantes serão realocados em outras instituições.
A secretária municipal de educação de Apucarana, professora Marli Fernandes, informou que há 40 dias aproximadamente, a prefeitura quitou dívidas antigas, precatórios, regulamentou documentação de modo que o prédio, localizado na Avenida Aviação, no Jardim Trabalhista, passou ao município.
“Nós solicitamos ao Estado para que libere o prédio para reforma. O local não está em boas condições e é preciso uma reforma urgente. Agora como o imóvel pertence ao município podemos realizar investimentos. Se a solicitação for aceita, em um primeiro momento os alunos serão realocados em outros colégios daquela região”, detalha Marli Fernandes.
No espaço, também conhecido como CAIC, funciona também a Escola Municipal Vida Nova, e o CMEI Um Lugar ao Sol. Segundo a secretária, o projeto para a reforma já é elaborado e será apresentado em breve.
“A reforma na parte externa do prédio deve começar entre novembro e dezembro. Esperamos que o Estado nos auxilie nesse momento, liberando para a reforma e remanejando os alunos para outros colégios para que, a partir de fevereiro, a reforma do prédio aconteça”, explica a secretária.
Marli Fernandes ainda informa que é preciso esperar o Estado liberar o remanejamento dos alunos, para depois definir datas e reuniões com os pais dos alunos. “Após a reforma, o Estado deve verificar a situação dos alunos. Se o Estado acolher em outros colégios e não houver problemas, a intenção é que o prédio fique a disposição da educação do município, pois temos um aumento de alunos daquela região, que também atende as crianças do Solo Sagrado”, comenta.
Procurada, a direção da Escola Estadual Vale do Saber, informou que somente o Núcleo Regional de Educação (NRE) poderia falar sobre o assunto. Roberto Tassi, coordenador do Setor de Edificações, Patrimônio e Alimentação Escolar do NRE, disse que ainda não recebeu nenhum documento oficial solicitando o remanejamento dos alunos.
“A escola funciona há vários anos no local e sempre teve complicação com documentações. A escola Valer do Saber foi criada através de um termo de cessão de uso, mas com a regularização de imóvel o município consegue fazer investimentos e tem todo o direito de solicitar o remanejamento dos alunos. Quando isso acontecer, vamos elaborar um estudo para ver onde os alunos poderão ser acomodados, quais são as escolas mais próximas, ou até mesmo a possibilidade da locação de um imóvel naquela região. Oficializando e confirmada a situação, vamos nos adequar, para melhor atender o município e para melhor realocar os alunos”, ressalta Roberto.
Ainda de acordo com o coordenador, os alunos vão concluir normalmente os estudos esse ano na unidade.
Pais são contra transferência
O presidente da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) do Colégio Vale do Saber, Francisco Divino de Assis, pai de um estudando de 16 anos, destaca que o assunto já foi discutido na semana passada com aproximadamente 150 pais, que estão receosos com a notícia.
“Até agora não veio ninguém falar com a gente. Descobrimos através de comentários que a escola ia fechar, cobramos da direção uma posição, e então fizemos uma reunião. Nenhum pai quer que o filho saia da escola. Não queremos nossos filhos em outros colégios”, afirmou o presidente da APMF.
Patrícia Speck, mãe de aluno também é contra a transferência. “Não queremos que a Escola feche as portas. Foi uma luta para conseguir o sexto ano até o ensino médio para acabar assim? Se os alunos forem realocados, não tem mais volta. E nossos filhos vão para onde? Para colégios lotados, longe do nosso bairro? E quem não tem condições de pagar um transporte? A vida de centenas de pais vai complicar muito. Se a reforma é necessária, nós entendemos, o que não aceitamos é tirar nossos filhos da escola”, declara Patrícia.
Ontem, uma comissão de pais de alunos esteve na Câmara de Vereadores para pedir apoio aos parlamentares. O secretário de governo, que estava no local, conversou com os pais e sugeriu a realização de uma reunião com o prefeito Júnior da Femac para discutir o assunto.