As exportações regionais vêm demonstrando bom desempenho neste ano. De janeiro a outubro, oito municípios com atividades no comércio exterior faturaram mais de US$ 142,2 milhões, um crescimento de 5% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a região atingiu US$ 135,3 em exportações.
Os móveis lideram as exportações da região e correspondem a praticamente um terço do que é comercializado lá fora. O produto fabricado por Arapongas atingiu US$ 43,4 milhões no período, puxando as exportações do município ao topo do ranking regional com mais de US$% 60,3 milhões em vendas para países do Mercosul e Associados, Estados Unidos, Alemanha, África do Sul, China, Índia, Reino Unido, França, Itália, ultrapassando 30 países no total.
São Pedro do Ivaí tem o segundo maior valor em exportações da região: US$ 25 milhões no acumulado deste ano. A produção de leveduras é responsável pela maior parte das exportações do município, que somaram US$ 14,4 milhões (57%) por conta da participação de uma empresa americana com operações em ração animal, carne, fabricação de cerveja e destilação.
Com faturamento de US$ 23,8 milhões, Apucarana ocupa a terceira posição no ranking regional. A maior parcela corresponde ao comércio de tecidos de algodão (29%) e couros preparados (25%). O município também exporta fertilizantes, acumuladores elétricos, máquinas e aparelhos mecânicos, entre outros produtos para mais de 20 países.
Entre os municípios que registraram queda nas vendas internacionais estão Califórnia (-74%) e São Pedro do Ivaí (-20%). Os demais apresentaram alta, com destaque para Jardim Alegre (161%), Mauá da Serra (62%) e Cambira (45%).
RECUPERAÇÃO
Segundo o economista Paulo Cruz, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), a recuperação do câmbio deu fôlego para as exportações regionais. Outro fator que auxilia as negociações têm relação com histórico de compra e venda dos principais exportadores da região.
“Alguns municípios como Arapongas, Jandaia do Sul e São Pedro do Ivaí, oferecem produtos específicos, de alto valor agregado e, mesmo em pequenos volumes, implicam em alto valores de transações, como os móveis, bebidas, álcool e açúcar. Embora Apucarana fabrique produtos de menor valor agregado e de menor expressão em preço por unidade, mostra sua tradição produtiva e segue apresentando contínuo crescimento”, analisa o economista.
Conforme o especialista, municípios com produtos de menor valor agregado padecem de oscilações, porque dependem fortemente do agronegócio. A saída, segundo ele, é desenvolver indústrias de produtos com maior valor agregado. “Esta é uma saída que já foi experimentada e já deu certo em muitos países e regiões de alto desenvolvimento. Além disso, é preciso seguir contando com a estabilidade da moeda e da política econômica que garante que contratos futuros não sofram abalos por influências externas”, pontua.