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Vale do Ivaí ganha complexo turístico

Ivan Maldonado

| Edição de 10 de dezembro de 2016 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Depois de uma disputa judicial que se arrastou por mais de cinco anos, o município de São Pedro do Ivaí tem uma nova atração turística, o complexo de lazer e cultura da Fazenda Santa Filomena, na localidade de Dois Palmitos, foi liberado para funcionar. O local, que traz uma proposta ousada de resgate da cultura indígena e da passagem dos jesuítas espanhóis pela região, fica a 13 km da sede do município na beira do Rio Ivaí.

Imagem ilustrativa da imagem Vale do Ivaí ganha complexo turístico

O conjunto de construções em arquitetura estilo árabe tem museu, teatro, memorial, ateliê, igreja a céu aberto e restaurante. Justamente pelo empreendimento ter sido erguido na beira do rio, e portanto em área de preservação permanente, todo o complexo havia sido embargado em 2011 pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
A liberação do empreendimento foi obtida após o proprietário da fazenda, Halim Abil Russ Filho, assinar Termo de Ajuste de Conduta (TAC), com a justiça da comarca de Campo Mourão.
Hallim destaca que o embargo IAP foi injusto, pois as construções sempre tiveram como objetivo, preservar a história dos índios e jesuítas que viveram durante o período da colonização espanhola na região no século XVII.
Entusiasta da história local, nos últimos 40 anos, Hallim acumulou milhares de elementos indígenas e religiosos que foram encontrados na fazenda. “Eu tinha 6 anos quando comecei a encontrar e guardar peças, como pontas de flechas, cerâmica, urnas funerárias, telhas, garfos, anéis, moedas e objetos do dia a dia dos índios e dos jesuítas”, relata Halim.
Dentista em Maringá e professor de anatomia na UEM, Hallim acredita que o local foi uma redução jesuítica. Outro ponto que pode confirmar a tese do professor é que a propriedade está na divisa do município de Fenix, nas proximidades das ruínas de Villa Rica del Espiritu Santo, cidade fundada durante a expedição espanhola no Paraná.
Conforme Hallim as construções foram feitas com recursos próprios e tiveram início há 40 anos. “É uma vida nessas obras que acredito merecem ser visto por todos. Muitas pessoas saem do Brasil e vão ver museus em outros países. Agora nós temos algo para mostrar e trazer divisas para o nosso país e para o povo que aqui mora e trabalha”. No local, o fazendeiro também constrói com recursos próprios a Igreja Santa Filomena.
Na quinta-feira (8), a propriedade recebeu o encontro de prefeito e vice eleitos, organizado pela Amuvi e Sebrae. Foi o primeiro ato para divulgação do complexo arqueológico.
A prefeita Maria Regina Della Rosa Magri elogia o proprietário da fazenda e diz que o complexo o início do turismo antropológico no Vale do Ivaí. “O Hallim é um empreendedor, um visionário. Ele merece todo o nosso respeito, pelo tempo que ele vem trabalhando nesse espaço, pesquisando e lutando pela preservação da história e do meio ambiente”, destaca Regina.
Em função do valor histórico e arqueológico, alunos da UEM do curso de especialização em arqueologia realizam escavações no sítio arqueológico há 500 metros do local onde estão as construções.