O governo Lula 3 tem se mostrado alarmantemente ineficiente na condução da política econômica. Os principais indicadores de conjuntura e as percepções dos agentes econômicos convergem para um cenário atual e futuro desanimador. A inflação segue corroendo o poder de compra dos trabalhadores e comprimindo as margens de lucro das empresas, enquanto o crescimento econômico permanece anêmico. A produtividade estagnou, e a competitividade do país no mercado internacional continua em declínio. O Brasil persiste como um mero exportador de commodities, uma condição que sustenta um superávit comercial, mas escancara a incapacidade de agregar valor à produção e impulsionar setores estratégicos.
A inércia do governo em adotar medidas estruturais eficazes, aliada à inépcia na formulação de políticas públicas que rompam com esse ciclo vicioso, reforça a fragilidade do modelo econômico nacional. Enquanto outras economias avançam com inovação e reindustrialização, o país se mantém refém de um modelo ultrapassado, sem perspectivas concretas de mudança.
A geração de emprego e renda é comemorada pelo governo, porém a intensidade de criação de novos postos de trabalho não são muito entusiasmantes e, com a pressão inflacionária se mantendo o Banco Central terá que manter os juros básicos da economia em patamares elevados, o que prescreve a continuidade do cenário desalentador.
A culpa deste cenário é exclusivamente da inércia do governo federal em promover as reformas necessárias. Se não pode ou não tem interesse em fazer reformas o governo deveria pensar minimamente em buscar o equilíbrio das contas públicas com o respectivo controle das despesas, em especial das despesas primárias. Mas isto não está acontecendo. Está no “DNA” do governo a gastança desenfreada e há uma grande tendência a esta condição piorar.
O governo Lula não consegue ou não quer pensar em conter despesas. Para os governistas todas as despesas são prioritárias. O interesse do alcaide supremo é “gastar” o que sobra da gastança do legislativo e judiciário. Dizem que temos o judiciário mais caro do mundo e o legislativo não fica para trás, pois além e custar muito caro, só pensam em aumentar suas despesas. Exemplo disto é a redução da jornada de trabalho dos servidores com a manutenção de salário e benesses.
Não obstante a isto o governo federal renunciou ao protagonismo na condução das políticas públicas ao permitir, e muitas vezes induzir, os parlamentares a utilizarem recursos orçamentários através de emendas parlamentares para beneficiar suas bases eleitorais ao arrepio dos interesses e necessidades da população. Não tem como isto dar certo.
Lula só pensa em gastar como se isto induzisse o crescimento econômico e a geração de empregos. Pode até gerar, mas com um gasto planejado e em condições específicas. Não é regra. Não obstante a isto a reforma ministerial que pretende fazer sinaliza para a piora deste quadro econômico caótico. Digo isto porque os novos ministros podem rejeitar as medidas de contenção de despesas, preferindo a prática de política fiscal expansiva.
Sem propostas concretas e sem rumo definido, Lula se limita a buscar culpados para problemas que são, em grande parte, responsabilidades de seu próprio governo – como no caso do aumento do preço dos ovos. A causa de todos os problemas econômicos, dentre eles o aumento do preço dos ovos, está na inércia, na inépcia e na falta de vontade do governo de tomar as decisões que devem ser tomadas. Enquanto isso, o país segue pagando a conta da incompetência governamental.