Todos os dias tomamos decisões. Algumas pequenas, como escolher o que comprar no mercado; outras maiores, como abrir um novo negócio, investir em um projeto ou planejar uma política pública. O que diferencia uma boa decisão de uma decisão arriscada é, muitas vezes, a forma como usamos os dados que já estão ao nosso redor.
Nos negócios, um lojista que acompanha de perto quais produtos giram mais rápido entende quando precisa reforçar o estoque e quando é hora de encerrar uma linha que não tem saída. Ao contrário, aquele que decide apenas pelo “achismo” pode acabar com prateleiras cheias de produtos parados e o caixa vazio.
Na educação, os dados de frequência ou rendimento escolar revelam muito mais do que notas. Eles mostram onde os alunos estão com dificuldades e permitem que professores e gestores atuem antes que o problema cresça. É a diferença entre apagar incêndios e prevenir que eles comecem.
No governo, os dados funcionam como um mapa. Sem eles, é como dirigir à noite com os faróis apagados: é possível avançar, mas com muito mais riscos. Quando um município organiza informações de saúde, mobilidade ou segurança, consegue enxergar onde realmente precisa investir, economizando recursos e aumentando resultados.
Nos fóruns de desenvolvimento, como o Fórum Desenvolve Apucarana, os dados cumprem um papel essencial: alinham percepções diferentes em torno de uma base comum. Empresários, gestores públicos e sociedade civil podem até divergir em opiniões, mas quando olham para a mesma realidade, representada em números claros, o diálogo se torna mais produtivo e as soluções, mais consistentes.
Na saúde, os dados se transformam diretamente em vidas salvas. Acompanhando históricos de atendimentos ou campanhas de prevenção, é possível identificar padrões, antecipar crises e direcionar melhor os esforços. A pandemia deixou evidente o quanto sistemas de informação fazem diferença entre agir no tempo certo ou enfrentar o caos.
O ponto central é que dados não são apenas tabelas frias. Eles contam histórias, revelam padrões e mostram caminhos. E é justamente aqui que nasce a inovação. Inovar não é ter ideias soltas ou apostar em soluções mirabolantes. Inovar é olhar para a realidade com atenção, entender o que os dados dizem e, a partir daí, construir respostas novas e melhores.
Se quisermos negócios mais fortes, escolas mais eficientes, governos mais preparados e cidades mais inteligentes, precisamos cultivar uma cultura de dados. Porque, no fim das contas, inovar não começa com tecnologia. Inovar começa com informação bem usada — e com a coragem de transformar essa informação em ação.
E talvez essa seja a grande lição: o futuro das nossas cidades e negócios será escrito por quem souber ouvir o que os dados têm a dizer. Eles não substituem a sensibilidade humana, mas ampliam nossa capacidade de enxergar caminhos, corrigir rotas e sonhar grande. Em tempos de mudanças rápidas, unir dados e inovação não é apenas uma escolha inteligente — é a condição para construirmos um amanhã mais próspero, justo e sustentável.