Os brasileiros retiraram, em junho deste ano, R$ 318,37 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (12), em Brasília. O Sistema de Valores a Receber (SVR) já devolveu um total de R$ 11 bilhões a clientes bancários, mas ainda restam R$ 10,6 bilhões disponíveis para saque.
O SVR é um serviço do BC que permite ao cidadão verificar se ele, sua empresa ou até mesmo uma pessoa falecida possui dinheiro esquecido em algum banco, consórcio ou outra instituição financeira.
Se a consulta for positiva, é possível solicitar a devolução. O serviço do BC é totalmente gratuito e não requer login para a consulta ─ basta informar o Cadastro de Pessoa Física (CPF) e a data de nascimento do cidadão ou o Cadastro de Pessoa Jurídica (CNPJ) e a data de abertura da empresa, mesmo que já encerrada.
Para o resgate dos valores, é necessário ter uma conta Gov.Br nos níveis prata ou ouro, com verificação em duas etapas habilitada.
O dinheiro pode ser resgatado de duas maneiras: entrando em contato diretamente com a instituição responsável pelo valor ou solicitando pelo Sistema de Valores a Receber. Em maio, o Banco Central introduziu uma nova funcionalidade no sistema: a solicitação automática de resgate de valores. Com essa novidade, o cidadão não precisa consultar o sistema periodicamente nem registrar manualmente a solicitação de cada valor em seu nome.
Se algum recurso for disponibilizado por instituições financeiras, o crédito será feito diretamente na conta do cidadão. A solicitação automática de resgate é exclusiva para pessoas físicas e está disponível apenas para quem possui chave Pix do tipo CPF. A adesão ao serviço é opcional.
Recursos que podem ser recuperados pelo SVR
- Valores disponíveis em contas-correntes ou poupanças encerradas;
- Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
- Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
- Tarifas cobradas indevidamente;
- Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente;
- Contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas;
- Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas;
- Outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Beneficiários
As estatísticas do SVR são divulgadas pelo BC com dois meses de defasagem, incluindo a atualização de novas fontes de valores esquecidos no sistema financeiro.
Até o final de junho, 31.813.580 correntistas haviam resgatado valores, sendo 28.885.864 pessoas físicas e 2.927.716 pessoas jurídicas.
Por outro lado, 52.623.092 beneficiários ainda não retiraram seus recursos, dos quais 48.191.397 são pessoas físicas e 4.431.695 são pessoas jurídicas.
A maioria das pessoas e empresas que ainda não sacaram têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 64,59% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 23,97% dos correntistas. Quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,67% dos clientes. Apenas 1,76% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.
Golpes
O Banco Central alerta os correntistas para terem cuidado com golpes de estelionatários que alegam intermediar supostos resgates de valores esquecidos. O BC enfatiza que todos os serviços do Sistema de Valores a Receber são totalmente gratuitos, não envia links, nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O Banco Central também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do SVR pode contatar o cidadão. O banco pede que ninguém forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer esse tipo de pedido.
Com informações da Agência Brasil