ECONOMIA

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Dilma: Banco do Brics terá 30% da carteira em moedas locais em 2026

(via Agência Brasil)

| Edição de 09 de julho de 2025 | Atualizado em 09 de julho de 2025

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A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, reafirmou, nesta quarta-feira (9), a importância do uso de moedas locais nos financiamentos dos países do Brics. Para ela, essa estratégia é mais vantajosa para fomentar o desenvolvimento sustentável nessas nações.

"É sabido que os países em desenvolvimento e as economias emergentes enfrentam dificuldades para acessar financiamentos. Embora plataformas como o NDB e os bancos nacionais de desenvolvimento ajudem, é crucial uma discussão global sobre como solucionar essa questão", afirmou.

Vantagens do uso de moedas locais

Durante sua participação no seminário A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro, realizado na sede do BNDES no Rio de Janeiro, Dilma defendeu que a ampliação do uso de moedas locais nos financiamentos por bancos multilaterais pode resultar em taxas de juros mais baixas.

Ela destacou que o NDB, também conhecido como Banco do Brics, foi criado para mobilizar recursos e financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento. Segundo Dilma, o uso de moedas locais em vez do dólar ou euro em empréstimos oferece maior segurança e menos volatilidade nos preços, facilitando o pagamento das dívidas.

"O acesso à moeda internacional muitas vezes não é adequado para financiamentos de longo prazo. Em projetos de 20 a 30 anos, como hidrelétricas, há riscos que não se pode controlar", explicou.

Metas do NDB

Atualmente, cerca de 25% da carteira do banco está em moedas locais, com a meta de alcançar 30% até 2026. Isso coloca o NDB na vanguarda entre as instituições multilaterais de desenvolvimento que adotam essa prática.

"Financiamentos em moedas locais ajudam a mitigar riscos cambiais relacionados a moedas fortes, pois não se controla a política monetária desses países. Quando a moeda local se desvaloriza e a taxa de juros sobe, o setor privado, por exemplo, não consegue suportar a pressão financeira", afirmou.

Reações internacionais

A adoção dessas medidas pelos países do Brics gerou reação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou taxar em 10% os países que adotarem políticas consideradas antiamericanas.

Banco do Brics

Os países fundadores do Brics são os principais depositantes de recursos do banco de fomento. No entanto, ser membro do Brics não garante acesso ao NDB, que atualmente conta com 11 membros, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes, Bangladesh, Egito, Argélia, Uzbequistão e Colômbia.

Desde 2014, foram aprovados 122 projetos de investimento, totalizando cerca de US$ 40 bilhões. Para o Brasil, foram aprovados 29 projetos, somando US$ 7 bilhões, com desembolso total de US$ 4 bilhões, representando 18% do total do banco.



Com informações da Agência Brasil