Fábio Klier, jovem medalhista de ouro no tiro com arco nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) em Natal, tem uma trajetória singular no esporte. Ao contrário do que se espera, foi ele quem inspirou seus pais a se envolverem com a modalidade. Seu pai, inicialmente um companheiro de prática, e sua mãe, que já era professora de educação física, tornaram-se seus maiores incentivadores. Ela, inclusive, assumiu o papel de técnica. Durante a estreia do tiro com arco nos JUBs, eles acompanharam de longe, em Belo Horizonte, torcendo pelo filho, que conquistou o ouro no arco recurvo masculino.
Aos 21 anos, Fábio está no sétimo período de engenharia da computação na PUC-MG. Ele organiza seus estudos à noite para poder se dedicar aos treinos durante o dia. "Na faculdade é até um pouco mais fácil, porque você consegue mudar os horários do seu semestre, para encaixar na sua rotina de treino. Nos primeiros períodos era sempre de manhã, mas a partir do quinto período eu passei para o noturno, justamente para adequar mais ainda à rotina de treino", explica Klier.
O talento de Fábio já o levou a conquistas internacionais. Em 2023, ele ganhou ouro individual em Buenos Aires, sua primeira competição fora do país, acompanhado dos pais. No ano seguinte, a convite da Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco), participou de um torneio sul-americano em Guayaquil, no Equador, onde conquistou bronze individual e ouro na dupla mista. Seu grande sonho é competir nos Jogos Olímpicos.
"Não tem evento igual. A Olimpíada, querendo ou não, é um ciclo muito grande, todo mundo fica na expectativa e todos os atletas do mais alto rendimento fazem ciclos e microciclos, macrociclos, justamente visando as Olimpíadas, para estar o mais preparado possível", comenta Fábio, que se inspira no atual campeão brasileiro Marcus Vinícius D’Almeida, com quem compete na categoria arco recurvo.
"Agora eu estou na categoria adulta, faço competições com ele, contra ele, então a gente acaba desenvolvendo um vínculo e você acaba conhecendo como pessoa. E realmente o cara é diferenciado, ele consegue resultados exorbitantes", conclui o estudante, que deseja participar das próximas edições do JUBs tanto individualmente quanto em dupla.
A edição de Natal foi a primeira a incluir competições de tiro com arco nas categorias individual feminina e masculina do arco recurvo, dupla mista do arco recurvo, e individual feminina e masculina do arco composto.
* Verônica Dalcanal viajou a Natal à convite da Confederação Brasileira de Desportos Universitários (CBDU).
Com informações da Agência Brasil