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Latino-americanas e caribenhas se juntam às brasileiras por igualdade

(via Agência Brasil)

| Edição de 25 de novembro de 2025 | Atualizado em 25 de novembro de 2025
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Racismo, sexismo e desigualdade social são questões que afetam profundamente as mulheres negras e pardas no Brasil, mas essa realidade de opressão também é vivida por mulheres em países latinos e caribenhos.

Por isso, centenas de mulheres afro-latino-americanas, afro-caribenhas e da diáspora se uniram a cerca de 500 mil participantes na 2ª Marcha das Mulheres Negras de 2025, que tomou a Esplanada dos Ministérios em Brasília.

Uma das participantes é Juana Lopez, defensora dos Direitos Humanos e do combate à discriminação racial no Panamá. Juana vê a manifestação em Brasília como uma grande marcha global.

“Todos os países do mundo devem lutar pelas reivindicações das mulheres negras, por nossos direitos. Devem exigir respeito dos governos dos Estados. Por isso, viemos com tudo para essa marcha.”

Vinda da Cidade do Panamá, Juana lamenta que seu país não seja uma exceção nas discriminações praticadas contra as afrodescendentes e as mulheres não negras.

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Ativistas exigem reparação, bem-viver e respeito nas ruas de Brasília - Daniella Almeida/Agência Brasil

Vozes da Colômbia e Uruguai

Na Colômbia, país com uma das maiores populações negras da América Latina, a cantora e compositora Alba Nelly Mina vê a marcha como um instrumento poderoso para as mulheres negras mudarem o mundo. “Todas temos o direito ao bem-viver e de estar aqui estamos para apoiá-los porque a luta das mulheres é de todas e importa a todos.”

María Elvira Solís Segura, atriz, escritora e cantora de Tumaco, dedica seu ativismo ao apoio aos antepassados e à sabedoria comunitária. “Lutamos por dignidade, por viver bem, por liberdade também.”

No Uruguai, onde apenas 10% da população se identifica como afrodescendente, Giovana León, de Canelones, destaca as violências diárias enfrentadas pelas mulheres negras. “A violência principal que vivemos é a racial, que sofrem as crianças e adolescentes e seguem adiante sofrendo em todos os momentos e em todos os lugares onde estamos habitando.”

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Afro-latinas participam da marcha da mulheres negras na Esplanada dos Ministérios - Daniella Almeida/Agência Brasil

Participação de Cuba e Peru

De Havana, Maydi Estrada Bayona, professora da Universidade de Havana, destaca a marcha como um acontecimento histórico que faz justiça reparativa às memórias dos ancestrais. “E hoje, nossas novas gerações são donas destes corpos que estão gritando, porque esses problemas continuam, são cíclicos. Então, este é um ato de liberdade, é um ato de justiça reparativa.”

No Peru, Ernestina Uchoa, descendente de africanos escravizados, se uniu à Rede de Mulheres Afro Latino-americanas, Afro-caribenhas e da Diáspora para lutar pela igualdade e respeito às mulheres negras.

“Porque as mulheres merecem respeito, igual a qualquer outra mulher. Por isso estou aqui, unida a todas as minhas irmãs.”

Unidade e Continuidade da Luta

O ativismo das mulheres negras também se faz presente em Honduras, com Jimena Calderon unindo-se ao coro de vozes latino-americanas e caribenhas. “Estamos todas unidas para tecer juntas um melhor caminho decolonial e antipatriarcal. Vamos juntas dizer que esta marcha vale a pena e transformará nossas vidas.”

Realizada pela segunda vez, a Marcha das Mulheres Negras de 2025 não se encerra neste 25 de novembro. Muitas mulheres relataram que voltam a seus territórios estimuladas a lutar por acesso à saúde, educação de qualidade, emprego e renda, visibilidade em censos e estatísticas, e pelo fim da violência contra mulheres negras.

Nesta quarta-feira (26), todas as mulheres participantes da mobilização ainda podem participar das atividades da Semana por Reparação e Bem-Viver.



Com informações da Agência Brasil