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Tornados são formados em nuvens de tempestade, diz meteorologista

(via Agência Brasil)

| Edição de 08 de novembro de 2025 | Atualizado em 08 de novembro de 2025

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Tornados, como o que devastou a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, são fenômenos localizados, de curta duração e difíceis de prever. Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Danilo Siden, eles se formam dentro de nuvens de tempestade e causam estragos ao atingir o solo.

“Com a formação do ciclone extratropical no Rio Grande do Sul, tivemos também a formação de uma frente fria na parte mais ao norte desse ciclone, ou seja, no Paraná. Dentro dessa frente fria, ocorrem vários fenômenos, como chuvas intensas, tempestades de raios, queda de granizo, e há a possibilidade de uma dessas nuvens formar um tornado”, explicou o meteorologista do Inmet.

“É um fenômeno bem intenso, mas de curta duração, que sabemos que pode ocorrer dentro de uma frente fria, mas não temos como prever porque ele é bem localizado”, acrescenta Danilo.

No caso de Rio Bonito do Iguaçu, a nuvem que deu origem ao tornado foi chamada de “supercélula” pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná. Com ventos que ultrapassaram 250 quilômetros por hora (km/h), o tornado foi classificado como F3 na escala Fujita, que vai de 0 a 5, representando danos severos.

Formação de tornados

De acordo com o meteorologista, algumas características podem favorecer a formação de tornados, como a presença de ar mais quente próximo ao solo e a mudança rápida na direção ou velocidade do vento. Mesmo em locais com sistemas de alerta, só é possível prevê-los com cerca de 15 minutos de antecedência.

No Brasil, os tornados parecem raros, mas não são. A engenheira ambiental e pesquisadora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e do Instituto Serrapilheira, Celina Rodrigues, explica que a Região Sul do país é uma das áreas com maior incidência na América do Sul, ao lado da Argentina e do Paraguai.

“Esse fenômeno é relativamente frequente, mas suas consequências ficam mais evidentes quando atingem áreas povoadas. É mais comum no período de transição entre a primavera e o verão”, disse Celina.

Apesar de ter ocorrido após a formação de um ciclone extratropical, a engenheira ambiental revelou que os dois fenômenos não são iguais e nem sempre ocorrem juntos.

“Os tornados são fenômenos de pequena extensão, variando de dezenas a centenas de metros, podendo atingir poucos quilômetros, e têm uma duração que vai de segundos a minutos. Por outro lado, os ciclones atmosféricos são fenômenos de grande escala, que afetam grandes áreas. Sua duração geralmente é de alguns dias, cobrindo de centenas a milhares de quilômetros.”

O ciclone que ainda atua na costa das regiões Sul e Sudeste do país é chamado de extratropical por ser formado por massas de ar quente e fria. Além de causar ventos fortes, ele provocou o deslocamento de uma frente fria, levando chuvas intensas para diversos pontos dessas duas regiões.



Com informações da Agência Brasil