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Cafeicultores reforçam segurança para prevenir furtos na lavoura

Cindy Santos

| Edição de 06 de maio de 2025 | Atualizado em 06 de maio de 2025

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O alto valor do café tem colocado os cafeicultores em alerta em Apucarana. Com produto sendo comercializado a cerca de 2,3 mil a saca de 60 kg na cotação atual, as propriedades rurais estão adotando estratégias de segurança para evitar furtos, que ocorrem até diretamente na lavoura. Neste ano, pelo menos uma propriedade foi alvo de criminosos que retiraram os frutos diretamente dos pés, causando grande prejuízo. O alerta é da Associação dos Cafeicultores de Apucarana (Acap).

Segundo a Acap, no ano passado foram registrados vários crimes do tipo. Em um dos casos mais graves, foram levados 600 quilos de café. “Isso aconteceu em vários locais, inclusive aqui no Contorno Norte de Apucarana”, afirma o presidente da Acap, Carlos Bovo.

Com a colheita de café em andamento, agricultores reforçaram a segurança com câmeras, sensores de movimento e iluminação no terreiro, na tentativa de coibir a ação de criminosos. “Os produtores estão cuidando melhor de suas propriedades, colocando mais lâmpadas e alarmes”, reitera.

Entre os cafeicultores que adotaram medidas de proteção está Antônio Cracco que vigia sua plantação pessoalmente todas as noites durante a colheita. Ele tomou essa decisão após sofrer um prejuízo de aproximadamente R$ 9 mil há dois anos, quando teve o equivalente a 7 sacas de café furtadas diretamente do pé. Além de levarem os frutos, os bandidos ainda danificaram seriamente as plantas, prejudicando também a safra do ano seguinte. “Depois que furta já era, tem que cuidar antes de acontecer isso ou na hora”, comenta.

A cafeicultora Solange Araújo, vizinha de Cracco, expressou sua preocupação com a falta de segurança na área rural e destacou que este tipo de crime não só causa prejuízos imediatos com a colheita atual, mas também pode afetar as colheitas futuras. “É muito preocupante nossa situação como produtor rural e cidadão”, comenta.

O problema motivou uma reunião recente entre a associação e o comando do 10º Batalhão de Polícia Militar para discutir estratégias a fim de melhorar a segurança na zona rural. “Estamos em contato direto com a Patrulha Rural, que nos passou um número para as pessoas cadastrarem suas propriedades, pois assim fica mais fácil a localização das propriedades em caso de qualquer eventualidade”, ressalta Carlos Bovo, presidente da Acap.

Bovo alerta os compradores de café para que verifiquem a nota fiscal do produtor ao realizarem compras. Ele enfatiza que apenas os produtores legítimos possuem essa documentação, o que pode ajudar a evitar a compra de café de origem duvidosa.

“Se o comprador pedir a nota do produtor e a pessoa não tiver nada é preciso avisar a polícia, pois o produto pode ser furtado”, reforça.