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Em falta na região, hortifrútis ficam mais caros nas gôndolas

Cindy Santos

| Edição de 08 de janeiro de 2024 | Atualizado em 08 de janeiro de 2024
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Os temporais registrados no fim do ano passado somados às altas temperaturas atuais impactaram a oferta e o preço dos hortifrútis que estão escassos e quase quatro vezes mais caros em Apucarana. 

Em dois estabelecimentos consultados pela Tribuna o repolho teve a maior alta: saiu dos R$ 30 a dúzia para R$ 110, um aumento de 266% no custo para o atacado. O preço do brócolis também aumentou muito em relação aos demais hortifrútis, passando de R$ 24 para R$ 85 a dúzia, um aumento de 254%. Outra vilã da inflação é a batata, que ficou 117% mais cara, passando dos R$ 85 para R$ 185 a saca de 25 quilos. Já a cebola custava R$ 45, chegou a R$ 110, e agora caiu para R$ 80 a saca de 20 kg. O abacaxi que custava R$ 7 a unidade passou para R$ 10.

Com o aumento no atacado, os produtos disparam nas gôndolas. Nos supermercados e frutarias, o preço da batata está na casa dos R$ 10 o quilo, mesmo valor que vem sendo comercializada a unidade do repolho. 

De acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral) de Apucarana a redução da produção nas regiões produtoras é a principal culpada pelo aumento nos preços. “O alto volume de chuvas ocorridas nos meses de outubro e novembro impediram e atrapalharam os trabalhos de plantio nas regiões produtoras, com isso houve um atraso nos trabalhos e a produção ainda não foi normalizada, está havendo uma redução da oferta destes produtos no mercado”, assinala o técnico do Deral Adriano Nunomura.

O calor excessivo é outro fator prejudicial ao desenvolvimento das culturas agrícolas, sobretudo as folhosas que sentem bastante os efeitos das altas temperaturas, explica Nunomura. “Isso prejudica o desenvolvimento e reduz a produção”, acrescenta.

Todos esses fatores somam-se à falta de mão de obra para trabalhar nas lavouras de hortaliças. 

“Aqui na nossa região também temos informação de redução nas áreas plantadas de algumas hortaliças devido à falta de mão de obra, já faz algum tempo, que também influenciou na redução da oferta desses produtos”, explica.

Mercadoria vem de longe

Com produtos escassos na região, a saída dos supermercados e quitandas é abastecer suas lojas com produtos comprados na Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa). A unidade, entretanto, reúne também produtores de outros estados, o que resulta em preços mais altos.

“A mercadoria está cara porque está em falta na nossa região. Acabamos comprando no Ceasa com vários produtores de fora, o que encarece mais os produtos”, afirma o gerente de uma quitanda da cidade Edson Ferreira de Almeida

De acordo com ele, muitas mercadorias são produzidas em outros estados como a manga que vem da Bahia, repolho de São Paulo e a batata de Minas Gerais. “Antes comprávamos batatas de Ponta Grossa, mas a chuvarada prejudicou o plantio”, comenta.

Almeida explica ainda que além da escassez, muitos produtos também perderam a qualidade devido às condições climáticas extremas. O mamão papaia, por exemplo, está menor e mais “feio”, com manchas espalhadas pela casca.