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Em falta, preços dos hortifrútis somam reajustes de até 300%

Cindy Santos

| Edição de 09 de fevereiro de 2024 | Atualizado em 09 de fevereiro de 2024
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A soma do excesso de chuva seguido pela atual onda de calor registrada nas regiões produtoras afetou a qualidade e o preço dos hortifrútis. Com vários produtos em falta, os preços dispararam e e chegam a registrar aumentos de até 300%.

O empresário Celso Honda Tamura, proprietário de um restaurante e uma pizzaria, conta que a alface que custava R$ 2 está R$ 6 (200%). O limão, muito usado para temperar saladas, subiu de R$ 2 para R$ 8 o quilo, alta de 300%. A unidade do repolho, que já custou R$ 3, atualmente está R$ 13 (333%). E a cenoura que custava R$ 4 é encontrada por R$ 12 (200%). 

Na tentativa de encontrar preços mais baixos, o empresário aproveita as promoções nos supermercados da cidade, mas mesmo assim está com dificuldade de pagar os preços antigos. “Estamos indo aos mercados, mas está complicado, tudo muito caro e os valores mudam de um dia para outro sem explicação”, relata.

De acordo com Tamura, a qualidade dos produtos não condiz com os valores. “Além de caro, as vezes não está bonito o produto”, afirma. A saída é substituir um item que está mais caro e incluir um com custo menor. “Não dá para repassar essas coisas para o cardápio porque oscila muito”, acrescenta. 

O empresário Iuri Sessak, que é dono de um restaurante de culinária havaiana, decidiu absorver a alta nos preços dos hortifrútis para não aumentar os preços dos pratos. “Compramos produtos de ótima qualidade, mas pagamos caro. Temos um fornecedor que consegue nos atender com a qualidade de sempre, mas o preço não tem como driblar”, afirma.

Dona de uma rede de frutarias em Apucarana, Fabiana Himawari destaca que vários itens, notadamente folhosas, estão em falta. “Não tem onde comprar  e quanto vem, vem em menor quantidade e não vem bonito”, afirma a empresária. 

Segundo o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral), Adriano Nunomura, a queda na qualidade dos hortifrútis é resultado da somatória entre o excesso de chuvas registrado nos meses de outubro e novembro com a onda de calor no final do ano passado e início deste ano. “A produção foi prejudicada e com isso há redução da oferta e na qualidade dos produtos e aumento nos preços”, explica. 

Nunomura também informa que a produção também está mais onerosa para os agricultores que necessitaram implementar a irrigação durante o período de calor extremo, aumentando gastos com água e energia elétrica. “No próprio supermercado nós percebemos as folhosas murchando nas prateleiras, imagina expostas no sol”, comenta.